Os tártaros da Crimeia têm a intenção de realizar no próximo sábado (29) um referendo para definir sua posição após a anexação da península à Federal Russa. O anúncio foi feito pelo líder dessa fatia da população, Mustafá Djemilev. Na última sexta-feira (21), o presidente da Rússia, Vladimir Putin, sancionou a lei que concluiu o processo de anexação da Crimeia, à qual os tártaros são majoritariamente contrários.
Segundo o líder, os tártaros não participaram do referendo do dia 16 de março. "Planejamos realizar no dia 29 de março nosso congresso nacional em Simferopol. Uma das questões que serão debatidas será a autodeterminação do povo tártaro", conta Djemilev.
Para esta nova votação, as perguntas ainda não foram redigidas. O pertencimento territorial da Crimeia não será abordado, e sim "as formas de coexistência", na definição de Djemilev. Segundo ele, trabalhadores na Crimeia perderam o emprego e só voltarão a ser contratados se obtiverem a cidadania russa. Dando a entender que a eleição não foi fácil, Djemilev também mencionou a promessa das novas autoridades de garantir aos tártaros uma quota de 20% em todos os órgãos de poder e a concessão à língua tártara do mesmo status concedido à russa. Estão incluídas também medidas de ajuda para o retorno dos tártaros que ainda estão nas regiões onde sua comunidade foi deportada na época de Stalin.
O líder declarou que a decisão depende da atitude das autoridades ucranianas e de sua capacidade de defender os que permanecem na península.
"Vamos consultar nossas ações com as autoridades [ucranianas]. Mas se as autoridades nos abandonarem..."
Djemilev afirmou que 5 mil tártaros deixaram a Crimeia nos últimos dias, a maioria em direção às regiões do Oeste da Ucrânia. Na península, a comunidade está estimada em 300 mil pessoas.
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