Pouco depois de gravar um vídeo apoiando Nicolás Maduro para a eleição venezuelana, no próximo dia 14, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em entrevista ao jornal "La República" que o presidente em exercício não possui o mesmo carisma de Hugo Chávez e, por isso, deverá dialogar com mais setores do país para conseguir a força do antigo líder da Venezuela. O brasileiro declarou que Maduro possui o desafio de superar seu antecessor e que para isso será necessário ter uma "política muito mais orgânica".

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"Ele vai ter que cuidar mais das alianças com outros setores, tratar de colocar mais gente ao redor da mesa para construir, de forma orgânica, a força que o carisma de Chávez construía na Venezuela", respondeu Lula durante entrevista em que classificou o "companheiro" Maduro como "um ser humano extraordinário".

Industrializar a Venezuela é uma das questões que o ex-presidente coloca como necessárias para o país vizinho e ratifica que Maduro está preparado para dar continuidade ao governo chavista, cujo líder é considerado, por Lula, "como uma perda irreparável".

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Sobre a relação entre os dois países, o ex-presidente disse acreditar que o Brasil deve contribuir para a questão alimentícia.

"Eu acredito que o Brasil tem que ajudar ainda mais, para que a Venezuela possa ter segurança alimentar, para que seja um país menos dependente do petróleo e para que possa ter um parque industrial razoável", afirmou.

Candidatos trocam provocações

A dez dias das eleições presidenciais na Venezuela, a oposição subiu o tom das acusações contra o governo na tentativa de conquistar mais apoio popular numa corrida em que, segundo as pesquisas, se mantém em desvantagem. Nesta quarta-feira, o candidato opositor Henrique Capriles chamou de "falsos revolucionários" os líderes do governo que usam o discurso socialista de Hugo Chávez "para encher o próprio bolso e ganhar eleições". E, numa nova denúncia sobre o uso do aparato estatal a favor do sucessor de Chávez e presidente em exercício, Nicolás Maduro, opositores acusaram o oficialista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) de poder manipular urnas que serão usadas nas eleições do dia 14.

"Eles falam de socialismo da boca para fora", afirmou Capriles, em um encontro com o grupo "Revolucionários e Bolivarianos pela pátria". "Mas vejam como esses apadrinhados políticos se vestem, o carro em que andam, os seguranças que têm. Falam de socialismo, mas sua conduta é de capitalistas selvagens".

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O Conselho Nacional Eleitoral - dominado por aliados do chavismo - prometeu investigar o caso. Mas aliados de Maduro minimizaram a denúncia. Acusando Capriles de ser mau perdedor, o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, afirmou que a senha é usada para a manutenção da máquina e não influi no resultado da votação.