Carregamento de drogas apreendido pela polícia em Cartagena, na Colômbia, em fevereiro: droga estava escondida em duas cargas, uma de fertilizante orgânico e outra de melaço| Foto: EFE/Ricardo Maldonado Rozo
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Em entrevista à CNN no último fim de semana, o senador colombiano Gustavo Bolívar, do Pacto Histórico, partido do presidente Gustavo Petro, disse que a legenda cogita propor a legalização da produção e do consumo de cocaína no país, caso seja aprovado um projeto de lei recém-apresentado no Congresso para legalizar o uso recreativo da maconha.

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“Nunca conseguiremos a paz na Colômbia até que regulemos o narcotráfico”, alegou Bolívar, um dos signatários do projeto de lei sobre a maconha.

“Nem os Estados Unidos, com todo o seu poder e dinheiro, poderia vencer a guerra às drogas... Neste momento, a Colômbia produz mais drogas do que quando Pablo Escobar estava vivo, há mais consumidores, mais produtores. O tráfico de drogas está crescendo apesar do dinheiro que investimos para combatê-lo e das milhares de mortes que sofremos”, alegou o senador, que é próximo de Petro.

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Na entrevista à CNN, Bolívar disse que legalizar a maconha seria apenas “uma pequena mudança no negócio das drogas” e que os grandes cartéis lucram principalmente com a cocaína.

“E as pessoas na Colômbia e no México continuarão a morrer enquanto analisarmos o problema com hipocrisia”, afirmou, citando as ideias de uma rede de dispensários regulados pelo Estado onde a cocaína poderia ser vendida sob prescrição médica e de acordos regionais com outros países produtores da droga.

“Poderíamos, por exemplo, fazer um pequeno tratado em nossos países para modificar a Convenção de Entorpecentes de 1961 e fincar a primeira bandeira de legalização do mundo, e outros países poderiam aderir”, concluiu o senador.

Durante a campanha presidencial deste ano, o adversário de Petro no segundo turno, Rodolfo Hernández, havia sugerido distribuir drogas para dependentes químicos para acabar com o narcotráfico.

“Se as dermos gratuitamente aos viciados, seja por via intravenosa, por inalação ou por via oral, a demanda acaba. Ninguém vai voltar a comprar. Por que eu vou comprar se eles [Estado] me dão? E se ninguém compra, porque é distribuída, acabou a oferta e acabou a droga. É o único jeito, de resto, a droga continua. E quanto mais mortes e violência houver para reprimir a produção, o preço sobe porque os riscos aumentam”, afirmou.

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