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A Itália decidiu na quinta-feira intensificar as medidas de segurança contra uma onda de violência política vinculada à crise econômica, e o primeiro-ministro Mario Monti manifestou "apoio incondicional a autoridades tributárias que sofreram vários ataques nos últimos dias.

Os incidentes foram atribuídos a indivíduos desesperados com a crise econômica, ou a grupos radicais que estariam tentando se aproveitar da insatisfação popular.

A ministra do Interior italiana, Anna Maria Cancellieri, convocou uma comissão de segurança nacional para discutir o reforço na segurança a alvos estratégicos, depois de um ataque contra um executivo do setor nuclear, na semana passada.

A vigilância deve ser intensificada em 14 mil locais, inclusive na sede da Finmeccanica, empresa que controla a Ansaldo Nucleare, cujo executivo-chefe foi baleado na perna na semana passada, num atentado reivindicado por um grupo anarquista.

O plano prevê que o Exército dará apoio às forças policiais, e que haverá mais esforço dos serviços de inteligência para "neutralizar os riscos de possíveis ações subversivas que possam alimentar momentos de tensão", disse o ministério em nota.

A Itália tem uma longa história de violência política, notavelmente durante os "Anos de Chumbo", na década de 1970, quando várias autoridades e empresários foram mortos pelo grupo esquerdista Brigadas Vermelhas.

Embora o clima não seja tão tenso quanto naquela época, a crise econômica - refletida no desemprego, na recessão e nas medidas de austeridade do governo - geram insatisfações, motivando vários ataques contra a agência tributária Equitalia.

Em nota após visitar a sede da Equitalia em Roma, Monti manifestou "apoio incondicional do governo e de mim mesmo diante dos numerosos e frequentemente repetidos atos de intimidação e agressão nos últimos dias, os quais devem ser condenados com grande firmeza".

A Equitalia arrecada impostos e multas, e seus métodos agressivos são muito criticados. Seus funcionários têm sofrido muitos insultos e agressões nas últimas semanas, em meio a acusações de que suas cobranças teriam motivado suicídios de microempresários em dificuldades financeiras.

A Itália tem uma das maiores cargas tributárias do mundo desenvolvido, mas também sofre com a forte evasão fiscal, algo que Monti promete reprimir.

"Se todos pagassem o que deviam, todos pagaríamos menos e teríamos serviços públicos melhores", disse ele.

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