Cansados da guerra, os iraquianos manifestaram nesta quinta-feira sua insatisfação com o plano de segurança de Bagdá, um dia depois que quase 200 pessoas terem morrido em ataques.

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Supostos militantes sunitas da Al Qaeda detonaram uma série de bombas nas regiões xiitas de Bagdá na quarta-feira. Foi o pior dia de violência na cidade desde que o plano para impedir que o Iraque entre em guerra civil foi lançado, em fevereiro.

O porta-voz militar dos EUA, o major-general William Caldwell, disse que as indicações iniciais apontam para ação da Al Qaeda e que os ataques foram programados para acontecer com pouca diferença de tempo.

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"Eles estão tentando destruir a confiança do povo, já que sentem que a segurança está melhorando", disse Caldwell.

"O governo fala sobre plano de segurança, mas dezenas de pessoas estão morrendo todos os dias. Ninguém está nos protegendo", disse à Reuters Sabah Haider, 42, parado em frente a uma dezena de microônibus incinerados em Sadriya, cenário do pior ataque, que matou 140 pessoas.

Rahim Ali, também em Sadriya, disse: "Os americanos dizem que estão aqui para proteger o povo iraquiano, mas não estão fazendo nada."

Ainda havia fumaça nos destroços e sandálias e vidro estavam espalhados pelo chão. Muitos moradores criticam o governo xiita do primeiro-ministro Nuri al-Maliki por não protegê-los.

Maliki disse na quarta-feira que os iraquianos vão assumir o controle de toda a segurança do país, no lugar das forças estrangeiras, até o final deste ano.

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O plano de segurança de Bagdá, que pede o envio de mais 30.000 soldados norte-americanos e milhares de iraquianos, diminuiu o número de assassinatos sectários atribuídos a milícias xiitas.

Mas até agora não conseguiu conter os carros-bomba atribuídos à Al Qaeda, o que provoca temores de represálias por parte da milícia Exército Mehdi, do clérigo xiita antiamericano Moqtada al-Sadr.

O secretário da Defesa dos EUA, Robert Gates, disse em Tel Aviv na quarta-feira que o objetivo dos ataques é destruir a reconciliação nacional e manifestou temores de que os xiitas percam a paciência com o governo de Maliki e com as forças norte-americanas.

"Só podemos esperar que os xiitas tenham confiança que seu governo e a coalizão irão atrás das pessoas que realizaram este horror", disse Gates.

No final da quarta-feira, Maliki ordenou a prisão do comandante do Exército iraquiano responsável pela segurança de Sadriya por não ter conseguido proteger a área.

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