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Após ataques, ONU teme situação dos refugiados

Crianças sírias refugiadas escalam a grade de um campo de futebol na Jordânia | MUHAMMAD HAMED/REUTERS
Crianças sírias refugiadas escalam a grade de um campo de futebol na Jordânia (Foto: MUHAMMAD HAMED/REUTERS)

O Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) pediu nesta terça-feira (17) aos países europeus que não rejeitem ou culpem os refugiados que buscam asilo no continente após os ataques em Paris.

“Estamos preocupados com as reações de alguns Estados para pôr fim a programas que vinham sendo implementados, recuando em compromissos feitos para gerenciar a crise de refugiados, ou propondo a construção de mais barreiras”, declarou a principal porta-voz do Acnur, Melissa Fleming.

“Estamos profundamente consternados com a linguagem que demoniza refugiados enquanto um grupo. Isso é perigoso e vai contribuir para a xenofobia e para o medo”, acrescentou, dizendo que muitos refugiados fogem de terroristas associados com os ataques na França.

O organismo também expressou preocupação com relação às notícias de que um dos homens-bomba envolvidos nos ataques teria entrado na Europa recentemente na condição de refugiado com um passaporte sírio. O órgão pediu que o sistema de asilo seja preservado.

Na noite de sexta-feira (13), terroristas supostamente ligados à milícia Estado Islâmico realizaram ataques a tiros e bombas contra diferentes pontos da capital francesa, deixando ao menos 129 mortos e 300 feridos.

Desde então, a Polônia anunciou que não aceitará mais refugiados em seu território até que receba garantias de segurança. A Bégica realizou operações antiterrorismo em um bairro de imigrantes muçulmanos na periferia de Bruxelas.

Além disso, ao menos 21 estados dos Estados Unidos, quase todos sob gestão do Partido Republicano, desafiaram o governo federal ao se negar a receber refugiados sírios após os atentados em Paris.

A Europa enfrenta atualmente seu principal fluxo de migrantes e refugiados desde a Segunda Guerra. Segundo o Acnur, mais de 740 mil pessoas chegaram à Europa pelo Mediterrâneo desde janeiro. Muitos morreram durante a travessia.

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