A Coreia do Sul emitiu um alerta, nesta sexta-feira (5), ordenando a saída de moradores de duas ilhas próximas à fronteira com a Coreia do Norte, após o disparo de tiros de artilharia que caíram dentro de uma faixa que separa os dois países.
Em nota, o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS) afirmou que foram registrados mais de 200 tiros em duas horas na costa oeste por parte de Pyongyang, perto das ilhas Baengnyeong e Yeonpyeong, onde residem cerca de 7 mil pessoas.
Duas ordens de emergência foram emitidas à população de Yeonpyeong por volta das 12h e 12h30, pelo horário local (0h e 0h30, em Brasília).
“Anunciamos a evacuação depois de receber um telefonema de uma unidade militar dizendo que estava realizando um ataque marítimo na ilha de Yeongpyeong, pois havia uma situação de provocação norte-coreana”, disse uma autoridade sul-coreana à agência de notícias estatal Yonhap.
Já um porta-voz das Forças Armadas de Seul afirmou que "este é um ato de provocação que intensifica a tensão e ameaça a paz na península coreana". Em resposta aos ataques de Pyongyang, o Exército sul-coreano realizou novos exercícios de fogo real no mar Amarelo.
Uma declaração emitida pelo Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul (JCS) informa que a 6ª Brigada do Corpo de Fuzileiros Navais na Ilha Baeknyeong e a unidade militar na Ilha Yeonpyeong dispararam contra um alvo simulado no mar, um exercício que foi supervisionado a partir de um centro de controle pelo ministro da Defesa, Shin Won-sik.
O exercício das tropas sul-coreanas começou às 15h (horário local, 3h de quinta-feira), o exercício envolveu armas autopropulsadas K9 e tanques K1E1, informou o JCS. "Depois que a Coreia do Norte declarou unilateralmente a suspensão total do acordo militar de 19 de setembro, ela retomou o fogo de artilharia na área nesta manhã, o que é uma provocação que ameaça a paz na Península Coreana e aumenta a tensão", declarou Shin, de acordo com o comunicado.
O ministro se referiu ao acordo militar assinado pelos dois países em 19 de setembro de 2018, que foi projetado para reduzir a tensão nas áreas de fronteira e que, entre outras coisas, proibiu manobras de fogo real próximas à divisão.
"O exercício de fogo marítimo busca responder à provocação da Coreia do Norte", acrescentou o comunicado, observando que nenhum outro "movimento incomum" dos militares norte-coreanos foi detectado.
As ilhas sul-coreanas de Baeknyeong e Yeonpyeong ficam em frente à chamada Linha do Limite Norte (NLL), que serve como a fronteira marítima disputada entre os dois países no mar Amarelo (chamado de mar Ocidental em coreano).
Traçada pelas Nações Unidas para evitar novos confrontos após a assinatura do armistício que encerrou a Guerra da Coreia em 1953, essa linha é rejeitada pela Coreia do Norte, que argumenta que a fronteira deveria ser mais ao sul.
A fronteira marítima foi palco de vários confrontos entre os países, incluindo o bombardeio norte-coreano na ilha de Yeonpyeong em 2010, que matou quatro sul-coreanos.
Os dois destacamentos sul-coreanos que responderam nesta sexta-feira com exercícios de fogo real são, na verdade, o grupo do Comando de Defesa das Ilhas do Noroeste, criado por Seul em 2011, após o ataque a Yeonpyeong mencionado anteriormente.
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