O presidente deposto haitiano Jean-Bertrand Aristide disse nesta quinta-feira que está pronto para acabar com seus anos de exílio na África e retornar ao Haiti "hoje, amanhã, a qualquer momento". A declaração dele é dada quatro dias após o surpreendente retorno ao Haiti do ditador deposto Jean-Claude "Baby Doc" Duvalier, após 25 anos no exílio e em meio à insegurança política que se seguiu aos resultados das eleições presidenciais de novembro e aos fracassados esforços para reconstruir o país, arrasado por um terremoto em janeiro de 2010.

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Aristide foi deposto em 2004, deixando o Haiti em um avião norte-americano, enquanto um grupo de rebeldes se aproximava da capital. Seu retorno era uma exigência de seus seguidores do partido Fanmi Lavalas, que perdeu influência após funcionários eleitorais bloquearem sua participação nas eleições, inclusive nas de 28 de novembro, atualmente contestadas. O próprio Aristide, porém, segue como uma figura popular.

O breve pronunciamento de Aristide, emitido pelo Ministério das Relações Exteriores da África do Sul, foi um dos poucos que ele teve autorização para fazer, levando em conta as condições de asilo em que se encontra, impossibilitado de participar da política do Haiti. As autoridades haitianas têm impedido seu retorno durante anos, não respondendo aos pedidos de Aristide por um passaporte renovado, segundo Brian Concannon, diretor do Instituto Pró Aristide para a Justiça e a Democracia no Haiti, e o analista sul-africano Lyal White.

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Concannon lembrou que as autoridades haitianas expediram um passaporte diplomático em 2005 para Duvalier, que estava vivendo exilado na França desde que foi expulso do país em uma revolta popular que Aristide ajudou a comandar. Anos depois, Aristide foi obrigado a firmar uma carta de renúncia e a entrar em um avião dos EUA, enquanto os rebeldes chegavam perto de Porto Príncipe. O ex-presidente afirmou ter sofrido um golpe de Estado patrocinado por Estados Unidos e França. As informações são da Associated Press.