Um tribunal penal egípcio condenou neste sábado (9) à prisão perpétua quatro acusados pelo massacre no estádio de Port Said e confirmou as penas de morte emitidas em janeiro contra outros 21 acusados.
A corte, presidida pelo juiz Sobhi Abdelmeguid, ordenou que os condenados sejam enforcados pelos delitos de "assassinato e tentativa de assassinato" em Port Said.
As penas de morte já haviam sido pronunciadas em 26 de janeiro e enviadas ao mufti -máxima autoridade religiosa do Egito- para que ele emitisse sua sentença, embora ainda restasse a confirmação da Justiça.
Além disso, a corte decretou hoje penas de prisão com prazos de um e 15 anos para o restante dos acusados, ao mesmo tempo em que absolveu outras 28 pessoas.
Entre os condenados a 15 anos de prisão estão duas antigas autoridades policiais de Port Said, enquanto outros sete membros da Polícia foram absolvidos.
Em protesto contra a sentença, torcedores do time de futebol do Cairo Al Ahly atacaram e incendiaram o Clube de Oficiais da Polícia e a sede da Federação Egípcia de Futebol, informaram à Agência Efe fontes da segurança.
Segundo a televisão estatal, milhares de radicais da torcida, conhecido como "Ultras Ahlawy", invadiram o Clube da Polícia e atearam fogo em algumas dependências.
Os bombeiros ainda estão tentando controlar o incêndio, segundo a agência estatal "Mena".
Além disso, alguns torcedores invadiram a Federação Egípcia de Futebol, que está localizada próxima à sede do Al Ahly, e, após saqueá-la, também incendiaram o local.
Segundo a CNN, em Port Said também foram registrados pequenos incêndios.
O porta-voz do Ministério da Saúde, Ahmed Osman, disse que pelo menos dez pessoas sofreram sintomas de inalamento de fumaça no Cairo.
Em fevereiro de 2012, 72 pessoas, a maioria delas torcedores do Al Ahly, morreram no estádio de Port Said em confronto contra a torcida do time local, Al Masry.