Pelo menos 23 pessoas morreram em protestos contra o desemprego. Militares tomaram as ruas da capital, Túnis, nesta quarta-feira (12)| Foto: AFP

O governo da Tunísia decretou nesta quarta-feira (12) um toque de recolher na capital, Túnis, e seus subúrbios, depois dos confrontos de rua que mataram pelo menos 23 pessoas pelo país. O toque de recolher, por tempo indeteminado, vale das 20h às 6h.

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Mais cedo, soldados foram mobilizados no centro de Túnis. Na principal avenida da cidade, dois veículos militares estavam estacionados em frente à Embaixada da França, e dois soldados armados patrulhavam as ruas, segundo um repórter da Reuters.

Perto do centro da cidade, dois blindados vigiavam o acesso à sede da TV estatal.Também nesta quarta-feira, o presidente do país, Zine al-Abidine Ben Ali, anunciou a demissão do ministro do Interior e determinou a libertação de todas as pessoas detidas na onda de protestos violentos, informou o primeiro-ministro Mohamed Ghannouchi.

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O presidente também determinou a criação de um comitê especial para investigar denúncias de corrupção contra autoridades.Na terça-feira à noite, policiais fizeram disparos para o alto e usaram gás lacrimogêneo para tentar dispersar uma multidão que saqueava prédios num subúrbio da capital.

Os manifestantes reivindicam empregos e melhores condições de vida. Eles também reclamam da corrupção, do que consideram um governo repressor e pedem a renúncia do presidente. As autoridades, no entanto, dizem que os protestos --os piores nos 23 anos do governo de Zine al-bidine Ben Ali-- foram dominados por uma minoria violenta.

Oposicionistas e entidades afirmam que o número de mortos nos confrontos pode ser maior.

Em Washington, o Departamento de Estado dos EUA se disse 'profundamente preocupado com relatos de uso excessivo de força por parte do governo da Tunísia'.As autoridades locais dizem que os civis mortos no interior do país foram vítimas de disparos feitos pela polícia em situação de legítima defesa.