O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) deve votar hoje uma resolução condenando a violência do regime de Bashar Assad contra opositores em manifestações na Síria. Esta será a primeira vez que o órgão debaterá a crise síria desde o início dos levantes, em março. A França e a Grã-Bretanha foram responsáveis pela formulação do texto, debatido ontem com os outros integrantes do Conselho de Segurança. Os Estados Unidos apoiam a medida, que será a mais dura ação no âmbito diplomático contra Assad.

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O regime sírio é acusado de ter matado mais de mil civis e de ter prendido cerca de 10 mil nos últimos meses durante a repressão aos protestos. Apesar da iniciativa de franceses e britânicos, não há garantia de que o texto seja aprovado.

Diplomatas dos países europeus e dos EUA negociavam com chineses e russos uma fórmula para evitar que Moscou e Pequim usem o poder de veto. Os dois países mantêm boas relações econômicas e políticas com a Síria. No caso da Rússia, há ainda a parceria para o uso do Porto de Latakia, fundamental para companhias russas que operam no Mar Mediterrâneo.

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Uma das alternativas negociadas é parecida com a usada na votação da segunda resolução contra a Líbia, que estabeleceu a zona de exclusão aérea e deu sinal verde para bombardeios da Otan contra o regime de Muamar Kadafi. A expectativa é a de que, desta vez, China e Rússia expressem seu descontentamento, mas não cheguem a vetar a resolução. Paris e Londres apostam que terão a maioria necessária.

O texto não deve pedir a renúncia de Assad. Tampouco deve impor sanções. Este tipo de medida tem sido adotada unilateralmente pelos EUA desde 2004, tendo se intensificado nas últimas semanas. Mais grave, no caso de Assad, deve ser o endurecimento das sanções impostas pela Europa. O Brasil pode ser representado na votação pelo chanceler Antonio Patriota.