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Obama: caso só veio à tona por causa das revelações do WikiLeaks | Olivier Douliery / EFE
Obama: caso só veio à tona por causa das revelações do WikiLeaks| Foto: Olivier Douliery / EFE

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, garantiu ontem, em conversa por telefone com seu colega francês, François Hollande, que Washington encerrou as práticas de espionagem tidas como “inaceitáveis” pelo governo da França. Na terça-feira, o grupo pró-transparência WikiLeaks revelou que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) espionou Hollande e seus antecessores, os ex-presidentes Jacques Chirac (1995-2007) e Nicolas Sarkozy (2007-2012). A espionagem teria ocorrido entre 2006 e 2012.

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“O presidente Obama reiterou de maneira inequívoca seu compromisso firme para pôr fim às práticas que podem ter acontecido no passado e que são consideradas inaceitáveis entre aliados”, declarou o gabinete de Hollande. Segundo a Casa Branca, Obama prometeu manter a cooperação com a França em questões de inteligência e segurança.

Crise

Antes da conversa entre os dois presidentes, o governo francês classificou a espionagem como “inaceitável” e o Ministério de Relações Exteriores do país convocou o embaixador americano em Paris para prestar esclarecimentos.

“A França não aceitará ações que ameacem a sua segurança e a proteção de seus interesses”, afirmou em comunicado o gabinete de Hollande, após uma reunião de emergência com ministros e comandantes das Forças Armadas. O gabinete lembrou que as “autoridades americanas haviam adotado compromissos” que “devem ser reafirmados e estritamente respeitados”.

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Segundo a Casa Branca, no telefonema Obama disse a Hollande que os EUA estão cumprindo o compromisso assumido por Washington em 2013 de não espionar o presidente francês. “Não temos como objetivo e não teremos como objetivo as comunicações do presidente Hollande”, afirmou Ned Proce, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, órgão ligado à Casa Branca.

“Temos que verificar se essa espionagem acabou”, afirmou o porta-voz do governo francês, Stéphane Le Foll, acrescentando que os ministros foram instruídos a ser cautelosos quando usarem seus celulares. Uma autoridade da inteligência francesa deverá viajar aos EUA para discutir o assunto e fortalecer a cooperação entre os países. À emissora i-Télé, Le Foll disse que a espionagem “não é aceitável”, pois “França e EUA são aliados frequentes em nome da democracia e da liberdade”. “Não vamos entrar em crise”, acrescentou.

Escândalo

A denúncia foi publicada pelo jornal francês “Libération” e pelo site Mediapart, ligado ao WikiLeaks. Também teriam sido monitorados diplomatas e chefes de gabinete. A revelação reavivou o escândalo de monitoramento pela NSA, denunciado em 2013 por seu ex-funcionário Edward Snowden. Na época, foi revelado que os EUA espionaram civis e chefes de Estado como a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e a chanceler alemã, Angela Mekel.

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