John Boehner ganhou de forma apertada nesta terça-feira o seu terceiro mandato como presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, sobrevivendo a uma ofensiva de 25 republicanos conservadores no momento em que o partido assume controle total do Congresso norte-americano.
Boehner recebeu 216 de 408 votos numa eleição tensa, com um grupo de republicanos rebeldes se recusando a votar nele e quase impedindo que ele tivesse maioria.
O grupo de rebeldes era mais de duas vezes maior do que a dezena que não apoiou Boehner numa eleição de dois anos atrás, uma indicação das divisões no partido, o que pode tornar difícil a aprovação de leis.
Boehner pode perder mais alguns votos republicanos em decisões legislativas difíceis, depois que as eleições parlamentares de novembro deram ao partido a sua mais ampla maioria na Câmara dos Deputados desde 1947. No entanto, após o ocorrido nesta terça-feira, ele pode vir a ter que depender mais dos democratas para ganhar votações apertadas.
"Como presidente, tudo que eu peço e francamente espero é que discordemos sem sermos desagradáveis. Em troca, eu prometo ajudar cada um de vocês a cumprir com o seu dever", disse um Boehner em lágrimas aos parlamentares depois da eleição. "A minha porta, obviamente, está sempre aberta."
Um grupo de conservadores havia feito campanha contra Boehner, dizendo que ele fizera muito pouco para cortar gastos e lutar contra o presidente norte-americano, Barack Obama, em temas como imigração e assistência médica.
O parlamentar Justin Amash disse no Facebook que a Câmara dos Deputados precisa de líderes "modernos" com mandatos limitados.
"O presidente Boehner deu o melhor para nossa conferência, e eu o agradeço pelo seu serviço. Mas é hora de os republicanos mudarem a sua liderança. Nesta tarde, eu votarei por um novo presidente", escreveu Amash.
Os conservadores estavam particularmente irritados com a maneira pela qual Boehner lidou em dezembro com o projeto de lei de gastos de 1,1 trilhão de dólares.
Eles dizem que a medida de 1.600 páginas foi negociada em segredo e deixou de negar fundos às agências responsáveis pela implementação da ordem executiva de Obama sobre imigração, que suspendeu a ameaça de deportação de imigrantes ilegais.