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O mercenário russo Viktor Bout, libertado de uma prisão americana como parte de uma troca entre EUA Rússia, em 2022
O mercenário russo Viktor Bout, libertado de uma prisão americana como parte de uma troca entre EUA Rússia, em 2022| Foto: EFE/EPA/SERGEI ILNITSKY

Viktor Bout, um famoso mercenário e traficante de armas russo conhecido como o “mercador da morte”, foi trocado em um acordo de prisioneiros entre Washington e Moscou, em 2022.

Agora, menos de dois anos após sua libertação, ele está de volta aos negócios vendendo armas para os rebeldes houthis, no Iêmen, que estão em uma guerra paralela à do Hamas com Israel, no Oriente Médio, segundo investigação do Wall Street Journal.

A reportagem do jornal americano afirma que, desde que deixou a prisão nos EUA, Bout, que inspirou o filme hollywoodiano "Senhor das Armas", se aproximou do ditador Vladimir Putin e de seu partido, Rússia Unida, ganhando inclusive uma cadeira em uma assembleia de Moscou em 2023.

O ingresso na política, no entanto, não teria evitado seu retorno ao mercado de armas. Fontes contaram ao Wall Street Journal que, quando lideranças houthis visitaram Moscou para adquirir armas automáticas, eles se depararam com o antigo prisioneiro dos EUA.

Em uma entrevista à agência estatal russa TASS, o mercenário Bout rejeitou as informações, classificando-as como “acusações infundadas”. No entanto, ele se esquivou de responder se estava de volta ao ramo de armas.

As potenciais transferências de armas aos rebeldes iemenitas apoiados pelo Irã ainda não foram concluídas, segundo a investigação jornalística. O governo americano teme que, além de armas menos potentes, sejam vendidos mísseis russos antinavio ou antiaéreos, que podem representar uma "ameaça significativa" para a atividade marítima em caminhos estratégicos no Oriente Médio.

O acordo de armas leves que Bout teria intermediado foi feito com dois representantes Houthis, segundo uma fonte de segurança euroepeia, que falou sob condição de anonimato. Os milicianos teriam viajado para Moscou sob o pretexto de comprar pesticidas e veículos.

Detalhes do suposto acordo mencionam a entrega de fuzis AK-74, uma versão atualizada do fuzil de assalto AK-47.

Apesar de não haver evidências de que o regime de Putin está envolvido nos negócios, os representantes houthis também teriam discutido outras armas que o lado russo poderia potencialmente vender, incluindo mísseis antitanque Kornet e armas antiaéreas, de acordo com o oficial europeu e outras pessoas familiarizadas com o assunto consultados.

As entregas estariam previstas para começar ainda neste mês, por meio do porto de Hodeidah, no Iêmen. As armas contrabandeadas estariam escondidas em caixas de entregas de alimentos. A Rússia já realizou várias entregas de grãos nesse esquema, aponta a investigação.

No final do mês passado, em uma visita a Teerã, o premiê russo, Mikhail Mishustin, afirmou que seu país quer aumentar a cooperação com o país persa.

“A Rússia está sinceramente interessada em levar a nossa cooperação a um nível mais elevado e dar-lhe uma implementação mais significativa”, disse Mishustin depois de se reunir na capital iraniana com o primeiro vice-presidente do regime do Irã, Mohammad Reza Aref.

Na ocasião, Mishustin citou os setores de logística e infraestruturas de transporte como áreas promissoras de cooperação entre os dois países, além de ter mencionado o turismo com utilização de vistos eletrônicos.

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