O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, disse nesta segunda-feira confiar que o filho mais velho, Nicolás Petro, deputado pela província do Atlântico, comprovará sua inocência às autoridades que investigam o suposto recebimento de dinheiro de um narcotraficante durante a última campanha do pai para a chefia de Estado.
"Como presidente, peço que se investigue e determinem as responsabilidades, respeitando qualquer conclusão da justiça. Como pai, confio que ele possa demonstrar sua inocência. Contudo, vivo com dor essa situação, como qualquer pai", disse o presidente.
"Não farei mais declarações a respeito", completou Petro, em postagem no Twitter.
A manifestação foi feita depois que o chefe de Estado admitiu, em entrevista publicada ontem pela revista "Cambio", que devido à clandestinidade em que viveu quando era guerrilheiro e à formação de uma nova família após a desmobilização, ele não participou da criação de Nicolás.
"Ele foi criado em Córdoba, estudou lá, fez universidade. Na verdade, nunca tivemos a chance de conviver. Não o criei, essa é a realidade", afirmou o presidente, em declarações que foram muito criticadas nas redes sociais.
O presidente garantiu que, ao se reencontrar com o filho, ele já tinha uma vida política "relativamente brilhante", então, Nicolás começou a se aproximar mais dele.
Acusações de corrupção
O filho de Gustavo Petro está no epicentro de uma crise no governo colombiano devido afirmações feitas pela ex-mulher Day Vázquez (ex-nora de Gustavo), durante entrevista à revista colombiana "Semana".
Ela acusou Nicolás de ter recebido dinheiro do narcotraficante Samuel Santander Lopesierra e do empresário Alfonso "El Turco" Hilsaca, que seria destinado à campanha presidencial do pai do deputado.
O montante, contudo, nunca teria chegado ao comitê.
Às denúncias, se somam revelações sobre um estilo de vida do filho do presidente que não seria compatível com os rendimentos dele como deputado, com compras de joias e altas movimentações financeiras em suas contas bancárias.
Diante das diferentes alegações, Gustavo Petro pediu publicamente a abertura de investigações "necessárias e para determinar possíveis responsabilidades" ao Ministério Público colombiano.
Diante da solicitação, foi formado um grupo de promotores, investigadores e peritos que iniciaram em Barranquilla "as primeiras diligências com a senhora denunciante Day Vázquez".