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Eleições Americanas

Após embate racial com Obama, McCain visita entidade negra

Um dia depois de acusar o democrata Barack Obama de colocar a questão racial na campanha eleitoral dos EUA, o candidato republicano John McCain visitou uma entidade do movimento negro na sexta-feira (1) e disse que as idéias de seu rival "nem sempre são tão impressionantes quanto sua retórica".

O próprio Obama vai participar no sábado do encontro anual da Liga Urbana Nacional, uma influente entidade negra, onde McCain foi recebido de forma cordial, levantando-se educadamente e aplaudido o republicano em sua chegada.

Mas, depois da apresentação inicial, o auditório fez duras perguntas ao candidato, sobre temas como igualdade de oportunidades para negros no mercado de trabalho e violência sexual nas prisões.

Na quinta-feira, McCain acusou Obama - primeiro negro a disputar a Casa Branca por um grande partido - de jogar a "cartada racial" quando se queixou de uma suposta campanha dos republicanos para meter medo no eleitorado.

No evento da Liga Urbana, ele preferiu evitar essa polêmica. Preferiu enfatizar as "honestas diferenças" com o rival a respeito de impostos, gastos públicos, energia, educação e tamanho do governo.

"Amanhã vocês vão ouvir o meu oponente, o senador Obama, e se tem uma coisa que ele sempre faz são grandes discursos. Mas espero que vocês ouçam com atenção, porque suas idéias nem sempre são tão impressionantes quanto sua retórica", disse McCain, sob silêncio absoluto no auditório.

Os participantes tampouco abordaram McCain quanto à polêmica eleitoral-racial. Trataram de temas mais concretos, como para onde irá o dinheiro hoje destinado à guerra do Iraque quando esse conflito acabar.

McCain lembrou o público que a guerra no Afeganistão continua e que a ameaça da Al Qaeda é global. Disse ainda que, para conter gastos, iria financiar programas sociais com base nas necessidades locais.

Num ambiente com notável preferência por Obama, a Liga Urbana está incentivando seus filiados a se cadastrarem como eleitores para votar em novembro.

"Não podemos nos dar ao luxo, nesta encruzilhada crítica na história norte-americana, a simplesmente ficarmos de lado e dizer: 'Lamento muitíssimo que tanta gente não esteja registrada"', disse Marc Morial, presidente da entidade, que não declarou seu voto.

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