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Liberdade de expressão

Após enquete, Elon Musk manda Twitter revogar suspensão de contas de jornalistas

Elon Musk
O CEO do Twitter, Elon Musk. (Foto: EFE/Adam S Davis)

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O CEO do Twitter, Elon Musk, determinou que a companhia revogasse a suspensão das contas de jornalistas que teriam descumprido a política "antidoxxing" da empresa - prática virtual de pesquisar e transmitir dados privados sobre um indivíduo ou organização, como sua localização em tempo real - após realização de uma enquete na rede social.

Na última quinta-feira (15), o Twitter suspendeu por tempo indeterminado as contas de cinco jornalistas de grandes veículos de imprensa americanos que haviam feito referência a uma sexta conta criada para informar a localização em tempo real do avião particular de Musk. O banimento, ainda que temporário, suscitou diversas críticas contra Musk, autointitulado "absolutista da livre expressão", pela medida repentina, que se justificava por uma política interna do Twitter adotada após a aquisição da plataforma de mídia social pelo magnata sul-africano.

Diante da repercussão, Musk criou uma enquete, perguntando ao público se a suspensão das contas deveria se encerrar imediatamente ou em sete dias, avisando que respeitaria a decisão da votação. Passadas 24 horas da abertura da enquete, 58,7% dos respondentes votaram na alternativa "agora", enquanto os 41,3% demais escolheram "em sete dias". Na madrugada deste sábado (17) Musk anunciou que a suspensão das contas seria imediata: "O povo se pronunciou. Contas que transmitiram dados privados sobre a minha localização terão sua suspensão revogada agora", escreveu. Mais de 3,6 milhões de usuários da rede votaram na enquete.

O banimento temporário de contas atingiu figuras como os jornalistas Donie O'Sullivan, da CNN; o repórter de tecnologia do New York Times, Ryan Mac; e o repórter Drew Harwell, do Washington Post. Também foram afetados pela suspensão os jornalistas Micah Lee, do The Intercept; Steve Herman, correspondente da Voz da América; Matt Binder, do Mashable; o ex-apresentador da MSNBC, Keith Olbermann; e o ex-Vox Aaron Rupar.

Os usuários entraram na mira do Twitter por terem feito algum tipo de referência à conta @ElonJet, que divulgava a localização em tempo real do avião de Musk. Na quarta-feira (14), o CEO do Twitter alertara que quaisquer usuários da rede que praticassem "doxxing" ou que postassem links para sites com localização em tempo real seriam suspensos, chamando a prática de "violação de segurança física". Depois do banimento - nomeado pela mídia americana de "Massacre de Quinta à Noite" - tanto a CNN quanto o New York Times e o Washington Post se manifestaram publicamente, classificando a decisão do Twitter de "impulsiva e injustificada" e pedindo o restabelecimento das contas de seus colaboradores.

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