O ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, é acusado de estuprar uma adolescente e ter um filho com ela| Foto: EFE/ Esteban Biba
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A procuradora Sandra Gutiérrez anunciou nesta quinta-feira (10) que será emitida uma ordem de condução coercitiva para que o ex-presidente da Bolívia Evo Morales preste depoimento ao Ministério Público do país na investigação de um caso de tráfico de pessoas e estupro.

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De acordo com a denúncia, Morales teria cometido os crimes de tráfico de pessoas e estupro com uma menor de idade, com quem teria tido um filho. A vítima teria pertencido a um grupo de jovens chamado “Geração Evo”, criado pelo ex-presidente enquanto estava no poder.

Gutiérrez, por sua vez, é procuradora na região de Tarija, no sul do país, onde o caso está sendo investigado.

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Estava previsto que Morales prestasse depoimento hoje em Tarija, mas sua defesa apresentou uma petição para que ele não comparecesse, alegando que existe uma decisão constitucional que ordena que o caso seja tratado na região de Cochabamba, onde ele vive.

Gutiérrez destacou que, além do ex-presidente boliviano, outras duas pessoas que também são investigadas neste caso foram chamadas para depor e não compareceram.

“A mesma situação jurídica vale para os três, uma vez que não justificaram a ausência”, afirmou.

Gutiérrez alegou que “não está sendo violado nenhum direito”, como alegam Morales e seus advogados, mas que “tudo está sendo feito de forma transparente e de acordo com a lei”.

As organizações sociais que apoiam Morales advertiram nesta quinta-feira que, se o Ministério Público emitir essa ordem contra o ex-presidente, iniciarão um bloqueio nacional de rodovias.

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O ex-presidente boliviano, que se distanciou do governo do presidente Luis Arce, seu correligionário no Movimento ao Socialismo (MAS), afirmou que se defenderá dessa “batalha judicial”, que para ele é uma “perseguição política”, e que mais de 200 advogados se ofereceram para defendê-lo “gratuitamente”.

A denúncia contra o ex-presidente foi apresentada em 26 de setembro na Procuradoria de Tarija, três dias depois da chegada a La Paz de uma passeata liderada por Morales com várias reivindicações, incluindo a validação de um congresso do MAS no qual ele foi nomeado “candidato único” do partido para as eleições presidenciais de 2025.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]