Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa: governo Trump expulsou diplomata de Washington após críticas ao líder republicano| Foto: EFE/EPA/KIM LUDBROOK
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O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, disse nesta segunda-feira (17) que melhorar as relações bilaterais com os EUA é "uma prioridade" para seu país, depois que Washington declarou o embaixador sul-africano persona non grata e lhe deu 72 horas para deixar o território americano devido às suas críticas ao presidente Donald Trump.

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"Melhorar nossa relação com os EUA é uma prioridade para nós. É nosso parceiro comercial, o segundo mais importante depois da China", afirmou Ramaphosa à imprensa local em Johannesburgo.

"Portanto, nos esforçaremos, como corresponde, para garantir que nossas relações permaneçam em bons termos, como fazemos com todos os países ao redor do mundo", acrescentou.

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O presidente sul-africano também declarou que aguardará o retorno de Ebrahim Rasool, até agora embaixador em Washington, para receber um "relatório completo" sobre a situação antes de decidir os próximos passos em relação à sua substituição.

Na sexta-feira passada, em uma mensagem na rede social X, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, afirmou que Rasool não era mais "bem-vindo" no país, acusando-o de ser "racista" e de "odiar" os EUA e Trump.

Em resposta a essas declarações, Ramaphosa afirmou que a África do Sul busca manter "relações amigáveis ​​e positivas" com todas as nações: "Não temos inimigos no mundo", disse.

"No entanto, às vezes as relações entre países passam por altos e baixos, e é responsabilidade de cada nação enfrentar esses desafios e resolver as dificuldades", completou.

Ramaphosa afirmou ainda que a África do Sul "tomou nota do descontentamento expresso pelos EUA" e reafirmou seu compromisso com o diálogo.

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Este episódio é o mais recente atrito na crise diplomática que eclodiu entre Washington e Pretória depois que Trump assinou uma ordem executiva no início de fevereiro cortando toda a ajuda à África do Sul por tempo indeterminado.

O presidente americano tomou essa atitude após acusar o país africano de expropriar terras e violar os direitos humanos dos africânderes (sul-africanos brancos descendentes de colonos holandeses), referindo-se à polêmica lei promulgada pelo governo sul-africano no final de janeiro, que facilitará a expropriação de terras por interesse público.

Trump também alegou que Pretória adotou "posições agressivas em relação aos EUA e seus aliados, incluindo acusar Israel de genocídio" perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ).

No final de fevereiro, o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, declarou que quer chegar a um acordo com seu homólogo americano para resolver a tensão entre os dois países e que seu objetivo de longo prazo é viajar para Washington para melhorar as relações bilaterais.

A crise também se refletiu nas ausências notáveis ​​de Rubio e do secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, das reuniões de ministros das Relações Exteriores e das Finanças do G20, realizadas em fevereiro sob a presidência sul-africana.

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