A China afirmou nesta segunda-feira (24) respeitar a soberania dos ex-estados soviéticos, como a Ucrânia, depois que a fala de um diplomata chinês motivou uma série de condenações por parte de países europeus.
Na sexta-feira (21), o embaixador chinês na França, Lu Shaye, disse ao canal de notícias francês LCI que esses países “não têm status real na lei internacional porque não há acordo internacional para confirmar seu status de soberanos”.
Lu argumentou que a península ucraniana da Crimeia, ocupada pela Rússia desde 2014, era “historicamente” parte do território russo e teve seu controle transferido para a Ucrânia pelo então líder soviético Nikita Kruschev em 1954.
Após a fala, nações como França, Estônia, Letônia e Lituânia se pronunciaram condenando as declarações – os três últimos países, que faziam parte da União Soviética, informaram que convocariam representantes chineses em seus países para prestar esclarecimentos.
Nesta segunda-feira, a embaixada da China na França alegou em um comunicado que os comentários de Lu não eram uma “declaração política”, mas “a expressão de pontos de vista pessoais durante uma entrevista na televisão”.
No Twitter, a embaixada acrescentou que “o lado chinês sempre respeita a soberania, independência e integridade territorial de todos os países e defende os propósitos e princípios da Carta da ONU”.
“Após a dissolução da União Soviética, a China foi um dos primeiros países a estabelecer relações diplomáticas com os países em questão. Sobre a questão da Ucrânia, a posição da China é consistente e clara. Está disponível para continuar trabalhando com a comunidade internacional para dar sua própria contribuição para a solução política da crise ucraniana”, apontou.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, reiterou o argumento de que a China foi um dos primeiros países a estabelecer relações diplomáticas com os ex-estados soviéticos.
“O lado chinês respeita o status dos estados membros como estados soberanos após o colapso da União Soviética”, disse Mao.
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