Como já fez em outros momentos desde o início da guerra na Ucrânia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a fazer ameaças de que pode recorrer a armas nucleares – desta vez, o alerta foi para os países do Ocidente.
A declaração foi em resposta ao presidente da França, Emmanuel Macron, que afirmou esta semana que “não pode ser descartada” a possibilidade da OTAN enviar tropas para ajudar a Ucrânia na guerra contra os russos.
Nesta quinta-feira (29), durante seu tradicional discurso anual ao Parlamento russo (que desta vez passou de duas horas), Putin chamou de “ameaça” as recentes entradas da Suécia e da Finlândia na OTAN.
Em seguida, acusou o Ocidente de provocar “conflitos na Ucrânia, no Oriente Médio e em outras regiões do mundo, ao mesmo tempo em que propaga constantemente falsidades”.
“Agora têm a audácia de dizer que a Rússia tem intenções de atacar a Europa. Vocês acreditam nisso? Todos sabemos que as suas afirmações são totalmente infundadas. E, ao mesmo tempo, estão selecionando alvos para atacar no nosso território e contemplando os meios de destruição mais eficientes. Agora começaram a falar sobre a possibilidade de enviar contingentes militares da OTAN para a Ucrânia”, afirmou Putin.
“Mas lembramos o que aconteceu com aqueles que antes enviaram contingentes ao território do nosso país. Hoje, quaisquer potenciais agressores enfrentarão consequências muito mais graves. Eles têm de compreender que também temos armas [nucleares] – sim, eles sabem disso, como acabei de dizer – capazes de atingir alvos nos seus territórios”, ameaçou.
A declaração de Macron foi mal recebida pelos aliados da OTAN: a cúpula da aliança militar do Ocidente e outros membros do grupo, como Alemanha, Hungria, Polônia, República Tcheca, Estados Unidos e Reino Unido, refutaram a ideia de enviar tropas para a Ucrânia.
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