A Coreia do Norte anunciou nesta sexta-feira (13) o fracasso no tão aguardado lançamento de um foguete, numa admissão rara e constrangedora para o Estado recluso e seu jovem líder. Diante do fracasso, acredita-se que o país tentará agora realizar seu terceiro teste com armas nucleares. O regime comunista dizia que pretendia colocar um satélite em órbita para celebrar o centenário do fundador da nação, Kim Il-sung, e marcar a ascensão ao poder do neto dele, Kim Jong-un. "A possibilidade de um lançamento adicional de um foguete de longo alcance ou de um teste nuclear, além de uma provocação militar para fortalecer a solidariedade interna, é muito alta", disse um funcionário de alto escalão do ministério sul-coreano da Defesa numa audiência parlamentar. EUA e Japão, que viam o lançamento do foguete como o teste disfarçado de um míssil balístico, disseram que ele caiu no mar após percorrer uma distância muito inferior à de um lançamento norte-coreano anterior. A falha gera questionamentos sobre o governo da Coreia do Norte, que tem um dos maiores exércitos permanentes do mundo, mas não é capaz de alimentar seu povo sem ajuda externa, principalmente da aliada China. "Sem dúvida o lançamento fracassado leva especulações para as ramificações da liderança em Pyongyang: um show de fogos de artifício deu errado no maior dia do ano", disse Scott Snyder, do Conselho de Relações Internacionais, dos EUA. Num fato altamente excepcional, a Coreia do Norte admitiu pela TV estatal que seu novo satélite não entrou em órbita. Em 2009, o país disse ter tido sucesso num lançamento semelhante, enquanto outros países apontavam o fracasso. A queda do foguete logo após o lançamento é um constrangimento para o terceiro membro da dinastia Kim a assumir o poder. Jong-un, que supostamente nem completou 30 anos de idade, assumiu o poder após a morte do pai, Kim Jong-il, vítima de um infarto em dezembro. Para Baek Seung-joo, do Instituto de Análises de Defesa da Coreia, ligado ao ministério sul-coreano da Defesa, o anúncio pode ser a "indicação de uma mudança sutil na liderança norte-coreana", que estaria agora agindo com mais transparência. "A decisão de vir a público com a admissão precisa ter partido de Kim Jong-un", disse.
Foguete O foguete voou poucos minutos, percorrendo pouco mais de cem quilômetros antes de explodir sobre o trecho de mar que separa a Coreia da China. O último foguete norte-coreano, em 2009, chegou a percorrer 3.800 quilômetros, causando alarme ao sobrevoar o Japão. O lançamento viola sanções do Conselho de Segurança da ONU, mas o país deve evitar novas sanções, porque Rússia, China e Índia concluíram numa reunião que isso de nada serviria para melhorar a situação. Potências regionais temem que a Coreia do Norte faça os lançamentos para aperfeiçoar sua tecnologia, com o objetivo de construir um míssil capaz de conduzir uma ogiva nuclear para os EUA. A Coreia do Norte insiste no caráter pacífico dos lançamentos.
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