O Exército israelense lançou um bombardeio contra a faixa de Gaza na noite desta quinta-feira (14), horas após dois foguetes terem sido disparados do lado palestino em direção a Tel Aviv.
O ataque feito da faixa de Gaza fez dispararem os alarmes na cidade, a primeira vez que isso acontece desde 2014.
Não está claro se os foguetes foram interceptados pelo sistema antiaéreo de Israel ou se caíram antes de atingir o alvo. O prefeito de Tel Aviv, Ron Huldai, disse à TV estatal que um dos foguetes caiu no mar. Não houve registro de feridos ou de destruição causados pelos artefatos.
"Dois foguetes foram lançados da faixa de Gaza contra o território israelense. Não há qualquer ferido ou dano", comunicou o Exército israelense.
"Isso foi basicamente uma surpresa", disse o brigadeiro e porta-voz das Forças Armadas, Ronen Manelis, à Rádio Israel. Ele disse que o país não tinha nenhuma informação de inteligência sobre planos de ataque.
O Hamas, grupo radical islâmico que controla a faixa de Gaza, disse em nota que não tinha ligação com o ataque e prometeu tomar medidas contra os responsáveis pela ação.
A Jihad Islâmica e os Comitês de Resistência Popular, duas facções armadas menores, também negaram a responsabilidade no episódio.
Analistas israelenses especularam que os militantes palestinos que se opõem a qualquer acordo entre o Hamas e Israel estão por trás dos lançamentos, já que líderes da facção islâmica participam atualmente de conversas mediadas pelo Egito em busca de um cessar-fogo na região.
Apesar disso, o porta-voz das Forças Armadas israelenses apontou que o Hamas é responsável por tudo que acontece na região. "Não sabemos quem fez isso", disse Manelis, acrescentando: "A organização do Hamas é a principal organização da faixa [de Gaza]. É responsável pelo que acontece dentro da faixa e o que emana dela".
Retaliação
Pouco depois, aviões israelenses lançaram um ataque aéreo contra dois postos do Hamas na faixa de Gaza. Não há informação ainda sobre mortos ou feridos.
O governo israelense informou apenas que a ação teve como alvo o que classificou como "centros de terror".
A resposta israelense aconteceu após uma reunião de emergência convocada pelo premiê Benjamin Netanyahu, de acordo com o jornal local Haaretz.
O episódio acontece a menos de um mês das eleições legislativas, marcadas para 9 de abril, que podem tirar Netanyahu do cargo de premiê. Segundo as pesquisas mais recentes, seu partido aparece em segundo lugar, atrás da sigla centrista Kahol Lavan (Azul e Branco), do general da reserva Benny Gantz e do ex-âncora de TV Yair Lapid.
Coluna de Filipe Figueiredo: Corrupção e novidades no futuro de Israel (07 de março de 2019)
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