Desfile da Gucci na Semana de Moda de Milão| Foto: REUTERS/Alessandro Garofalo

Internet

Juiz nega pedido para retirada de filme anti-Islã do YouTube

Agência Estado

Um juiz norte-americano se recusou ontem a ordenar ao YouTube, divisão do Google, a retirar o videoclipe de 14 minutos do filme A Inocência dos Muçulmanos, que levou a violentos protestos em mais de 20 países que deixaram mais de 30 mortos desde a semana passada.

O pedido foi feito por uma atriz norte-americana, Cindy Lee Garcia, que participou do filme e na quinta-feira entrou com uma ação judicial contra o possível produtor, o egípcio americano Nakoula Basseley Nakoula, que vive nos EUA. Ela afirma que está recebendo ameaças de morte por causa do filme e que Nakoula a enganou sobre o conteúdo do enredo antes da produção.

O juiz do Tribunal Superior do Condado de Los Angeles Luis Lavin rechaçou o pedido da atriz, ao dizer que a terceira parte envolvida na questão, Nakoula, não recebeu uma cópia do pedido feito por ela. O juiz também citou uma lei federal americana que protege uma terceira parte em um pedido judicial. Nakoula está escondido.

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A Alemanha ordenou o fechamento de suas missões diplomáticas nesta sexta-feira em países de maioria muçulmana. Na quarta-feira, a França havia tomado medida idêntica. O governo francês teme reações à publicação pela revista Charlie Hebdo de charges que satirizam o profeta Maomé. Já Berlim diz que a medida é preventiva e uma resposta ao ataque à missão alemã no Sudão, na sexta passada.

Num movimento que pode acirrar os ânimos, a revista satírica alemã Titanic anunciou que sua edição de outubro terá uma caricatura do Maomé, enquanto grupos de muçulmanos do país convocaram para esse final de semana uma série de atos contra o filme A inocência dos muçulmanos, que denigre o profeta. Na Alemanha vivem 3,5 milhões de islâmicos.

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A onda de revolta contra o filme anti-Islã, produzido nos EUA, já deixou 30 pessoas mortas, incluindo duas no Paquistão.

Na Indonésia, um grupo de 50 estudantes da Universidade Islâmica de Makassar, na província de Sulawesi, queimou pneus e forçou uma loja do McDonalds local a fechar. Eles colocaram uma mensagem na porta da lanchonete com os dizeres "Esse local deve ser fechado como símbolo do nosso protesto contra o filme A Inocência dos muçulmanos, feito nos EUA".

Já no Irã, um protesto de estudantes e religiosos focou­­ a publicação de charges de Maomé na revista francesa­­ Char­­lie Hebdo. Dezenas de pes­­­­soas gritaram dizeres como­­ "Morte à França" e "Fora Esta­­dos Unidos" e queimaram­­ ban­­deiras das duas nações em­­­­ frente à embaixada da Fran­­­­ça, mas não houve confron­­to com a polícia.

O governo do Sudão bloqueou o acesso ao YouTube argumentando que o Google, companhia dona da página, falhou em não proibir o acesso ao polêmico trailer do filme A Inocência dos muçulmanos. Segundo Ezzeddin Kamel, chefe da autoridade de telecomunicações do país, o governo mandou um pedido de retirada do vídeo no sábado passado, mas foi ignorado pela administração do site.

Outros países, como o Paquistão, também bloquearam o site por causa do vídeo polêmico. Arabia Saudita, EUA e Rússia também pediram que o trailer fosse tirado do ar.

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O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou ser "escandaloso e vergonhoso" o vídeo que provocou protestos violentos. Ele evocou o princípio da liberdade de expressão, mas alertou que o direito deve ser exercido sem ofender as crenças e os valores alheios.

MídiaEUA iniciam ofensiva na tevê para conter fúria anti-americana

Folhapress

Na véspera do dia em que tradicionalmente há tensas manifestações no mundo islâmico, os EUA iniciaram uma ofensiva de mídia para se distanciar de um filme que satiriza o profeta Maomé.

Ontem, o Paquistão foi o local escolhido pelo governo americano para veicular os primeiros spots em que critica a produção amadora A Inocência dos Muçulmanos.

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Os spots de 30 segundos em urdu, língua nacional paquistanesa, exibem trechos de discursos do presidente Barack Obama e da secretária de Estado, Hillary Clinton, condenando a produção.

As propagandas para a audiência do Paquistão, um aliado de Washington crucial mas reticente, custaram US$ 70 mil (R$ 140 mil).

"Para nos assegurar que íamos chegar ao maior número de paquistaneses possível, 90 milhões nesse caso, pensamos que essa era a melhor maneira de fazer", disse Victoria Nulan, porta-voz do Departamento de Estado.

Mesmo assim, houve novos protestos ontem na capital paquistanesa Islamabad. Pelo menos 20 pessoas ficaram feridas em confrontos com a polícia.

Os EUA, que já haviam retirado pessoal de países do Oriente Médio, decidiram fechar suas representações na Indonésia, país com maior população islâmica mundial.

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