O governo militar da Tailândia prendeu ontem a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra e membros de sua família, além de outras autoridades do governo interino, um dia depois de o Exército ter confirmado um golpe de Estado no país. Yingluck ficou detida por várias horas antes de ser levada para um local não revelado.
"Prendemos Yingluck, sua irmã e o cunhado", disse um militar tailandês de alta patente. Os dois parentes mantinham altos cargos políticos. "Faremos isso por não mais do que uma semana, que seria muito tempo. Só precisamos organizar as coisas no país primeiro", explicou.
Yingluck Shinawatra, destituída pela Justiça no último dia 7, se apresentou aos militares, assim como Niwattumrong Boonsongpaisan, um ministro que tomou seu lugar de forma interina.
Mais de cem autoridades políticas, tanto do Partido Para Tailandeses (do governo deposto) quanto do Partido Democrata (de oposição), foram convocadas a se apresentar ontem à junta militar que comanda o país.
O chefe do Exército, general Prayuth Chan-Ocha, também se reuniu com importantes autoridades do país para dizer-lhes que as reformas devem ser feitas antes das eleições. Prayuth convocou governadores, empresários e funcionários públicos para comparecerem ao Clube Militar de Bangcoc.
Seis oficiais militares de alta patente foram indicados para governar o país, com comandantes de províncias supervisionando o governo local.
A grave crise política atinge o país há sete meses. Os militares decretaram um toque de recolher e proibiram as manifestações. Cerca de 30 jovens tailandeses ignoraram a proibição e protestaram diante do Monumento pela Democracia sem que o exército respondesse, observou um fotógrafo da agência France Presse.
Exterior
A comunidade internacional, da União Europeia (UE) aos Estados Unidos, condenou o golpe e exigiu um retorno rápido a um governo democrático. O Departamento de Estado dos EUA ordenou ontem a suspensão de uma ajuda militar de US$ 3,5 milhões à Tailândia.