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Protesto contra o presidente Bashar al Assad, nesta sexta-feira, em Hama, na região central da Síria | AFP Photo/Youtube
Protesto contra o presidente Bashar al Assad, nesta sexta-feira, em Hama, na região central da Síria| Foto: AFP Photo/Youtube
  • Manifestantes sírios na cidade de Hula, nesta sexta-feira

As forças de segurança da Síria mataram pelo menos 19 pessoas e feriram dezenas ao reprimirem protestos posteriores às preces da sexta-feira, segundo ativistas, deixando em dúvida a eficácia de um plano da Liga Árabe para acabar com meses de conflito. O governo ofereceu anistia a qualquer pessoa armada que se apresentar à polícia dentro de uma semana, "desde que não tenha cometido nenhum crime de homicídio", segundo a TV estatal. Esse gesto não parece ser parte do plano da Liga Árabe, aceito na quarta-feira (2) pela Síria, que prevê a saída do Exército das cidades turbulentas, a libertação de presos políticos e um diálogo entre governo e oposição em um prazo de duas semanas.

A violência, na verdade, se intensificou desde o anúncio do acordo, em meio a relatos sobre assassinatos sectários.

Soldados dispararam contra manifestações surgidas após as preces em muitas cidades, matando pelo menos sete pessoas em Kanaker (ao sul de Damasco), nove em Homs (centro), onde novamente tanques foram vistos, duas em Hama (no norte) e uma em Saqba, perto da capital, segundo ativistas. "Muita gente caiu no chão com ferimentos de bala, e temos medo de que algumas não resistam", disse por telefone um morador de Kanaker, chamado Mohammed. O governo sírio expulsou do país a maior parte da imprensa estrangeira, dificultando a confirmação dos relatos que chegam do país. Os protestos pela renúncia do presidente Bashar al Assad começaram em março. A TV estatal negou que tenha havido mortes, e mostrou cenas de grupos deixando pacificamente as mesquitas após as orações, dizendo serem imagens de áreas onde houve relatos de protestos.

Mas imagens colocadas no YouTube mostraram milhares de pessoas agitando bandeiras. "Mãe, não chore, os dias de Bashar estão contados", gritavam alguns. A Síria sofre sanções ocidentais e pressões de países vizinhos para acabar com a repressão. Na quinta-feira, os EUA disseram não terem visto sinais de que Damasco colocará em prática o plano de Liga Árabe. "O regime de Assad tem uma história profunda e continuada de promessas violadas, e tem um sangue significativo nas mãos", disse uma porta-voz do Departamento de Estado.

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