Ouça este conteúdo
Um avião da Força Aeroespacial Colombiana (FAC) transportando cidadãos deportados dos Estados Unidos aterrissou nesta terça-feira (28) no Aeroporto Internacional El Dorado, em Bogotá, vindo de El Paso, no Texas.
“Eles são colombianos, são livres e dignos e estão em sua terra natal, onde são amados. O migrante não é um criminoso, ele é um ser humano que quer trabalhar e progredir, viver a vida”, afirmou o presidente colombiano, Gustavo Petro, em mensagem divulgada na rede social X, na qual ele compartilhou fotos dos cidadãos descendo do avião.
O Ministério das Relações Exteriores do país informou que os imigrantes foram recebidos por uma delegação da Presidência, da Chancelaria, da FAC, da Migração Colômbia, do Instituto Colombiano de Bem-Estar Familiar (ICBF), da Prefeitura de Bogotá e da Cruz Vermelha.
Essa é a primeira de duas aeronaves com deportados que devem chegar a Bogotá nesta terça-feira. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o segundo avião, vindo de San Diego, também aterrissará em El Dorado.
Petro publicou fotos tiradas dentro dos aviões, nas quais ele viu os deportados sem algemas, como defendeu o mandatário, que pediu a Washington um “tratamento digno” para eles.
Há dois dias, Petro iniciou uma crise diplomática com o governo Trump ao se recusar a permitir a chegada ao país de dois voos dos EUA que transportavam deportados, argumentando que os repatriados "não estavam sendo tratados com dignidade", o que causou um mal estar diplomático entre os países no domingo, que já foi superada.
O Ministério das Relações Exteriores informou nesta segunda-feira em comunicado que o governo havia providenciado esses aviões para trazer “110 colombianos deportados dos EUA de volta para casa, cumprindo os protocolos estabelecidos para o retorno digno e com direitos garantidos para os colombianos que chegam em voos de deportação”.
A declaração de domingo de Petro levou o presidente dos EUA, Donald Trump, a ordenar a imposição de tarifas de 25% sobre todos os produtos colombianos, além de outras sanções de viagem e migração.
Petro respondeu com o princípio da reciprocidade e ordenou que o ministro do Comércio, Indústria e Turismo, Luis Carlos Reyes, “aumentasse as tarifas sobre as importações dos EUA em 25%”.
No entanto, a Casa Branca encerrou a crise com a Colômbia em relação à repatriação de migrantes ao garantir, no final do domingo, que o governo de Bogotá aceita “todos os termos do presidente Trump” a esse respeito. Isso inclui “a aceitação irrestrita de todos os estrangeiros ilegais da Colômbia que retornam dos EUA, inclusive em aeronaves militares, sem limitação ou atraso”.