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Autoridades chinesas anunciaram nesta quinta-feira que vão penalizar todos os cidadãos que usarem a internet para criticar o governo, depois das fortes chuvas que causaram 39 mortos em Pequim nesta semana.

"Castigaremos com firmeza aqueles que utilizarem a Internet para propagar rumores políticos e atacar o partido comunista, os dirigente do Estado e o atual sistema", declarou o chefe da polícia de Pequim, Fu Zhengua, citado pelo jornal "Jinghua Shibao".

O município está há quatro dias sem publicar um novo balanço de vítimas da tempestade, as piores em seis décadas. Depois de ver rios transbordando e muitas estradas inundadas, moradores da capital chinesa acreditam que o número de vítimas é muito maior do que o anunciado pelo governo.

Na terça-feira, a prefeitura pediu para os meios de comunicação oficiais se focarem em notícias positivas, como as atuações dos serviços de emergência ou a solidariedade dos habitantes das zonas mais afetadas.

As ameaças do governo, no entanto, não conseguiram calar as críticas no principal serviço de microblogs da China, o Sina Weibo, uma espécie de Twitter nacional, mas mensagens chegaram a ser apagadas. Muitos moradores reprimem autoridades por não tomar medidas de prevenção, apesar das tormentas terem sido previstas pela meteorologia. O sistema de esgoto também foi alvo de controversas. Moradores acusam governo de não modernizar o saneamento, priorizando outros aspectos da cidade.

"É ridículo que o governo consiga contar os animais mortos, e o número de vítimas humanas continue sendo de 39 mortos", disse um morador. "Isso mostra que o governo se preocupa mais com os prejuízos econômicos do que com as nossas vidas."

Na quarta-feira, o prefeito de Pequim renunciou. A saída de Guo Jinlong do cargo já era prevista desde o último dia 3, mas a medida logo após a tragédia na capital - e em meio a muitas críticas pela gestão após as inundações - surpreendeu moradores.

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