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O governo americano anunciou nesta segunda-feira (18) a aplicação de novas sanções contra o governo do Irã, que incluem o ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad e o Ministério da Inteligência Militar. O anúncio foi feito logo após uma troca de prisioneiros entre os dois países.
Por meio de um comunicado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou dar continuidade às imposições contra o país do Oriente Médio "por suas ações provocadoras" na região do Golfo.
"Hoje sancionamos o ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad e o Ministério de Inteligência iraniano, em virtude da Lei Levinson pelo seu envolvimento em detenções indevidas. E vamos continuar a impor custos ao Irã pelas suas ações provocadoras na região", diz a nota.
Cinco cidadãos americanos deixaram o Irã nesta manhã, no âmbito de uma troca de dez prisioneiros entre Washington e Teerã, que também incluiu o descongelamento de uma quantia bilionária do país islâmico.
Os americanos liberados no Irã são Siamak Namazi, Emad Shargi, Morad Tahbaz e dois outros que optaram por não revelar as suas identidades.
Todos eles saíram da prisão em agosto e foram colocados em prisão domiciliar em um hotel enquanto aguardavam os pormenores de uma troca de prisioneiros negociada entre os governos dos EUA e do Irã, mediada em Omã e no Catar.
Em comunicado, Biden agradeceu aos governos de Catar, Omã, Suíça e Coreia do Sul pelos "seus esforços incansáveis" para ajudar a alcançar o resultado.
Biden recordou os americanos que "não retornaram, como o ex-agente do FBI desaparecido no Irã em 2007, Bov Levinson, que deu nome à lei que permite sancionar o Irã pela retenção de cidadãos americanos.
"Apelo ao regime iraniano para que preste todas as contas sobre o que aconteceu com Bob Levinson. A família Levinson merece respostas", disse o presidente, que lembrou a todos os americanos "o risco de viajar para o país". Os titulares de passaportes americanos, acrescentou, "não devem viajar para lá".
O Irã tem sido acusado de utilizar cidadãos com dupla nacionalidade e prisioneiros estrangeiros como medida de pressão ou para troca de prisioneiros com outros Estados, uma prática descrita como "diplomacia de reféns".
Em entrevista à emissora americana CNN, o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, afirmou que este acordo entre Irã e EUA "infelizmente" não representa uma aproximação entre os dois países, que cortaram relações após a revolução islâmica iraniana de 1979 e a tomada de reféns na embaixada dos EUA.
Os detalhes das sanções ainda não estão disponíveis, mas, segundo Kirby, as medidas procuram “enviar um forte sinal a Teerã” que continuará a assumir a responsabilidade pelas suas ações e pelo seu “comportamento desestabilizador” na região do Golfo.
“Não acredito que devamos abordar este acordo como uma espécie de medida de confiança para melhorar as relações com o Irã”, disse ele, uma vez que o país continua a envolver-se num “comportamento desestabilizador” no Golfo e, por exemplo, fornece drones à Rússia".(Com informações da Agência EFE)