Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Acusados de espionagem

Após medidas dos EUA que atingem Huawei, China prende dois canadenses

Louis Huang, da Vancouver Freedom and Democracy for China, segura fotos dos canadenses Michael Kovrig e Michael Spavor, presos na China, em Vancouver, em 6 de março de 2019 (Foto: JASON REDMOND / AFP)

Após o anúncio de medidas dos Estados Unidos que atingem a gigante chinesa de comunicações Huawei, a China anunciou formalmente nesta quinta-feira (16) a prisão de dois canadenses que estavam detidos no país desde dezembro de 2018 sob acusações de espionagem.

Os cidadãos canadenses Michael Kovrig e Michael Spavor foram detidos separadamente em dezembro, poucos dias depois de o Canadá ter detido a diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, a pedido dos Estados Unidos.

Kovrig, um ex-diplomata candense, é acusado pelas autoridades chinesas de "coletar segredos de Estado e informações de inteligência para forças estrangeiras"; o empresário Spavor é acusado de "roubar e oferecer ilegalmente segredos de Estado para forças estrangeiras". Esses são crimes graves na China e podem levar até à pena de morte, nos casos mais extremos.

A prisão formal dos canadenses é um passo legal que confirma que a China pretende seguir com os casos contra os dois e aponta para os fatores políticos em jogo.

A imprensa canadense informa que o anúncio do governo da China foi condenado pelo Canadá e deve agravar a crise diplomática entre os dois países.

O anúncio foi feito pelo porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Lu Kang, que disse que as medidas estão de acordo com a lei e que Pequim espera que o Canadá "não faça observações irresponsáveis" sobre o cumprimento da lei e os procedimentos jurídicos da China.

A notícia da prisão surgiu no momento em que as duas superpotências econômicas de debatiam com questões que envolvem o caso: tecnologia e comércio.

Na semana passada, negociações comerciais entre EUA e China pareceram entrar em colapso, levando os dois países a impor tarifas adicionais. Na quarta-feira, o governo dos EUA praticamente proibiu empresas americanas de fazerem negócios com a Huawei.

Nesse contexto, a prisão formal será quase certamente interpretada como um aviso político, disse Julian Ku, professor de Direito na Hofstra University. "A mensagem é: 'Ainda estamos aborrecidos pela Meng e pela Huawei, e vamos continuar com nossas acusações, não vamos desistir disso'", disse ele.

No curto prazo, conversas duras de Pequim e Washington pouco ajudarão o Canadá, que foi pego no meio do confronto entre EUA-China.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.