O primeiro-ministro da França, Michel Barnier, se dirigiu ao Palácio do Eliseu, em Paris, na manhã desta quinta-feira (5) para entregar sua carta de renúncia ao presidente Emmanuel Macron, depois do Parlamento aprovar sua destituição do cargo no dia anterior.
Os dois representantes se reuniram por pouco mais de uma hora, segundo a imprensa francesa, e o pronunciamento oficial de Macron sobre a saída de Barnier será realizado às 20h do horário local (16h em Brasília) desta quinta.
A última vez que uma moção de desconfiança contra um primeiro-ministro havia sido aprovada no Parlamento francês foi em 1962, quando Georges Pompidou foi destituído, apesar de ele ter retornado ao cargo após novas eleições legislativas.
Bernier deixará o cargo três meses após sua nomeação como primeiro-ministro da França, ampliando a instabilidade política no país desde as eleições legislativas que ocorreram meses atrás. Agora, o presidente Macron está sendo pressionado para encontrar rapidamente uma saída para o impasse político.
Antes da votação da moção de censura, Barnier, de 73 anos, alertou sobre os riscos para o país em caso de instabilidade política, mas seu apelo não foi suficiente.
Macron inicia contatos para formar novo governo
O presidente da França, Emmanuel Macron, iniciou nesta quinta-feira os contatos para formar um novo governo, um dia depois de a Assembleia Nacional ter votado uma moção de censura para derrubar o Executivo de Michel Barnier.
Neste contexto, Macron, que esta noite discursará à nação em horário nobre, tem várias reuniões marcadas para buscar um novo chefe do Executivo, embora já tenha começado a trabalhar no substituto antes mesmo da moção de censura.
Primeiro, receberá a presidente da Assembleia Nacional, Yaël Braun-Pivet, que em uma entrevista de rádio instou o presidente a nomear rapidamente o substituto de Barnier.
Mais tarde será a vez do presidente do Senado, Gérard Lacher, que tem uma maioria conservadora, dirigir-se ao gabinete de Macron.
O Eliseu não deu a entender se o presidente pretende fazer uma mudança rápida à frente do Executivo ou se deixará Barnier no comando do cargo por alguns dias, na véspera de Paris receber vários chefes de Estado e de governo de todo o mundo para a reabertura neste final de semana da catedral de Notre Dame, cinco anos após seu incêndio.