Moção contra o primeiro-ministro francês Michel Barnier é o mais recente episódio do cenário instável da política nacional| Foto: EFE/EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON
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O primeiro-ministro da França, Michel Barnier, se dirigiu ao Palácio do Eliseu, em Paris, na manhã desta quinta-feira (5) para entregar sua carta de renúncia ao presidente Emmanuel Macron, depois do Parlamento aprovar sua destituição do cargo no dia anterior.

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Os dois representantes se reuniram por pouco mais de uma hora, segundo a imprensa francesa, e o pronunciamento oficial de Macron sobre a saída de Barnier será realizado às 20h do horário local (16h em Brasília) desta quinta.

A última vez que uma moção de desconfiança contra um primeiro-ministro havia sido aprovada no Parlamento francês foi em 1962, quando Georges Pompidou foi destituído, apesar de ele ter retornado ao cargo após novas eleições legislativas.

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Bernier deixará o cargo três meses após sua nomeação como primeiro-ministro da França, ampliando a instabilidade política no país desde as eleições legislativas que ocorreram meses atrás. Agora, o presidente Macron está sendo pressionado para encontrar rapidamente uma saída para o impasse político.

Antes da votação da moção de censura, Barnier, de 73 anos, alertou sobre os riscos para o país em caso de instabilidade política, mas seu apelo não foi suficiente.

Macron inicia contatos para formar novo governo 

O presidente da França, Emmanuel Macron, iniciou nesta quinta-feira os contatos para formar um novo governo, um dia depois de a Assembleia Nacional ter votado uma moção de censura para derrubar o Executivo de Michel Barnier.

Neste contexto, Macron, que esta noite discursará à nação em horário nobre, tem várias reuniões marcadas para buscar um novo chefe do Executivo, embora já tenha começado a trabalhar no substituto antes mesmo da moção de censura.

Primeiro, receberá a presidente da Assembleia Nacional, Yaël Braun-Pivet, que em uma entrevista de rádio instou o presidente a nomear rapidamente o substituto de Barnier.

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Mais tarde será a vez do presidente do Senado, Gérard Lacher, que tem uma maioria conservadora, dirigir-se ao gabinete de Macron.

O Eliseu não deu a entender se o presidente pretende fazer uma mudança rápida à frente do Executivo ou se deixará Barnier no comando do cargo por alguns dias, na véspera de Paris receber vários chefes de Estado e de governo de todo o mundo para a reabertura neste final de semana da catedral de Notre Dame, cinco anos após seu incêndio.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]