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Conflito

Após morte de crianças palestinas, Israel concorda com trégua em Gaza

Palestino preparam o funeral de uma criança atingida por bombardeio israelense | Oliver Weiken / EFE
Palestino preparam o funeral de uma criança atingida por bombardeio israelense (Foto: Oliver Weiken / EFE)

O governo de Israel aceitou nesta quarta-feira (16) uma proposta da ONU para realizar um novo cessar-fogo na faixa de Gaza, por razões humanitárias. Não há confirmação de quando será a trégua, porém já se sabe que terá duração de seis horas. O movimento radical palestino Hamas não se pronunciou sobre o anúncio.

O apelo da Organização das Nações Unidas (ONU) foi feito depois de o Hamas rejeitar uma proposta egípcia de encerrar as hostilidades, que já entram em seu nono dia e mataram 215 palestinos e um israelense.

Entre as vítimas palestinas, a maioria civis, estão dezenas de mulheres e crianças, segundo a ONU e ONGs humanitárias.

Mais cedo, duas bombas israelenses destruíram uma cabana na praia onde havia um grupo de crianças, na Cidade de Gaza. Quatro delas morreram e ao menos cinco ficaram feridas. Algumas vítimas conseguiram pedir ajuda em um hotel próximo, cujos funcionários as socorreram. Uma ambulância também transportou um homem que teve a perna arrancada.

Momentos após o atentado, aparentemente vindo do mar, uma fumaça preta levantava-se da cabana em chamas. Esta praia à beira do Mediterrâneo recebe barracas, cabines para pescadores e pequenos cafés muito populares em tempos normais.

"Quando a primeira bomba atingiu o solo, eles correram, mas outra caiu em seguida", disse Abu Hassera, 22 anos, com a camisa manchada de sangue. "Parecia que as bombas estavam indo atrás deles."

Os corpos das crianças foram imediatamente levados pelas famílias para enterro.

Caos

A trégua, que terá uma duração de seis horas, foi pedida pelo enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Robert Serry, informou nesta quarta (16) o site do jornal Yedioth Ahronoth.

Meios de comunicação israelenses apontam que a nova trégua foi solicitada justamente após a notícia da morte das crianças.

Os hospitais de Gaza receberam nos últimos dias mais de 1.500 feridos, de acordo com diversas organizações humanitárias. Começam a escassear os remédios e equipamentos médicos mais básicos.

Em ofensivas militares anteriores em Gaza, também foram declarados períodos de trégua para levar remédios e abastecer hospitais lotados embora, por vezes, as provisões tenham chegado em meio a ataques, porque a paz não durou por todo o tempo previamente estipulado.

O sul do território palestino está às escuras porque, há poucos dias, um foguete palestino derrubou uma torre de eletricidade que abastecia essa zona, e Israel diz que não a consertará enquanto não puder garantir a segurança de seus operários nessa área fronteiriça.

Também nesta quarta, Israel fez um chamado à população de várias localidades de Gaza onde residem mais de 100 mil pessoas para que deixassem a área.

Ofensiva

O país ameaça lançar uma ofensiva terrestre para tentar pôr fim aos disparos de foguetes palestinos.

Uma autoridade israelense afirmou nesta quarta ao jornal norte-americano The New York Times que a probabilidade de as forças israelenses invadirem Gaza por terra é "muito alta". Ele disse que a operação "não seria um desafio imenso" e estimou que levaria "uma questão de dias ou semanas". "Nós podemos feri-los muito, do ar, mas não podemos nos livrar deles", disse.

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