Um holandês de 91 anos de idade, que foi condecorado e declarado um "Justo entre as Nações" por Israel por ter arriscado sua vida ao salvar um garoto judeu durante a ocupação nazista na Holanda durante a Segunda Guerra, devolveu, nesta quinta-feira (14), a medalha e o certificado que recebeu após seis parentes terem sido mortos em um bombardeio israelense na Faixa de Gaza no mês passado.
Henk Zanoli, devolveu sua medalha na Embaixada de Israel em Haia, na Holanda, segundo informou nesta sexta (15) o jornal israelense Haaretz.
Zanoli e sua mãe haviam sido homenageados pelo Estado de Israel e pelo Yad Vashem (organização oficial de Israel para lembrar as vítimas judaicas do Holocausto) em 2011 por terem escondido um menino judeu em sua casa entre 1943 e 1945.
Uma sobrinha-neta de Zanoli, diplomata holandesa, é casada com um economista palestino nascido no campo de refugiados de Al-Bureij, em Gaza.
No dia 20 do mês passado, um bombardeio de Israel em Gaza atingiu a casa da mãe de seu marido, matando seis membros de sua família - a mãe, três irmãos, uma cunhada e um primo.
"É muito chocante e trágico que hoje, após quatro gerações, nossa família depare com o assassinato de nossos parentes em Gaza. Assassinato levado a efeito pelo Estado de Israel", escreveu em sua carta o holandês, explicando por que decidiu devolver a medalha.
"Para mim, guardar a homenagem recebida do Estado de Israel, sob essas circunstâncias, seria um insulto tanto à memória da minha corajosa mãe, que arriscou a sua vida, como aos parentes que estão em luto em Gaza."
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