São Paulo Seis anos após os atentados terroristas nos Estados Unidos e a decisão dos presidente George W. Bush de declarar guerra ao terror, o Al-Qaeda está mais vivo do que nunca. A constatação é de Jason Burke, autor do livro Al-Qaeda: a verdadeira história do radicalismo islâmico (Jorge Zahar Editor, R$ 49,90).
Segundo o jornalista, o erro dos EUA foi reduzir o problema da Al-Qaeda à figura de Bin Laden. "Bin Laden não criou o problema do radicalismo islâmico, ele só o divulgou por meio do ataque mais espetacular feito até agora", diz Burke.
Em seu livro, o jornalista britânico do jornal The Observer, afirma que a Al-Qaeda com liderança centralizada deixou de existir depois dos ataques de 11 de setembro por causa das ações americanas contra o terrorismo. Segundo Burke, hoje em dia, a rede terrorista tem diversos braços que atuam independentemente de uma autoridade central. "A célula de militância da Al-Qaeda é tão importante quanto os muitos outros líderes da organização espalhados pelo mundo", explica. "É por isso que é errado pensar que a morte ou a captura de Bin Laden será a solução do problema "
Para o escritor, o governo do Paquistão tem sua parcela de culpa no reagrupamento da rede terrorista no norte do país. No entanto ele ressalta que mesmo se as autoridades paquistanesas estivessem 100% comprometidas em desmantelar e destruir as bases da Al-Qaeda no país, eles não conseguiriam.
O jornalista afirma que o fim da Al-Qaeda ainda está longe de chegar. "A organização vai continuar a se desenvolver e, com o passar dos anos, deve evoluir de maneira mais dinâmica", conta. "Acredito que no futuro veremos mais da ideologia da Al-Qaeda e menos da organização", afirma.