O filósofo da revolução -O filósofo francês Bernard-Henri Lévy [na foto, entre militares rebeldes] pode ser considerado o ideólogo europeu da revolução na Líbia para derrubar o ditador Muamar Kadafi. Ele convenceu o presidente da França, Nicolas Sarkozy, a apoiar os rebeldes no momento decisivo das revoltas. E se empenhou pela ação da Otan. Em visita à Líbia ontem, o filósofo disse acreditar que os insurgentes “organizarão eleições exemplares dentro de seis meses”. Bernard-Henri Lévy foi o primeiro intelectual francês a deslocar-se a Benghazi nos primeiros dias da campanha da Aliança Atlântica, em março, e realizou diversas missões na Líbia nos últimos meses| Foto: Eric Feferberg/Reuters

Saúde

Babá torturada vai para Malta

A babá etíope que relatou ter sido torturada nas mãos de um familiar do ditador líbio, Muamar Kadafi, chegou a Malta ontem para receber tratamento médico adicional às queimaduras que sofreu.

Shweyga Mullah, 30 anos, foi desfigurada por água fervente jogada por uma das noras de Kadafi. Ela foi encontrada por rebeldes depois de os patrões fugirem ao saber que Trípoli havia sido tomada.

A etíope, que se recuperava em um hospital de Trípoli, saiu da Líbia em um voo fretado pelo governo maltês e levada de ambulância até o hospital Mater Dei, em Malta, onde será avaliada por cirurgiões plásticos e especialistas em reconstrução de pele.

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Delegação "busca" filho de Kadafi

Uma delegação de rebeldes líbios se dirigiu ontem ao Níger para requisitar ao país vizinho que lhes entregue um dos filhos do ditador Muamar Kadafi que fugiu da Líbia.

Saadi Kadafi atravessou a fronteira dos dois países com outros membros do regime, conforme as forças rebeldes tomaram o controle de boa parte do território líbio.

O filho do ditador chegou ao Níger no domingo, acompanhado por mais oito autoridades "de menor importância", afirmou o ministro da Justiça nigerino, Marou Amadou.

Ao menos três comboios entraram em território nigerino recentemente, levando generais, familiares de Kadafi e outros membros e funcionários do regime, segundo autoridades do Níger. Os fugitivos entraram no país devido a causas "humanitárias", disse Amadou.

Após a Assembleia Geral das Nações Unidas garantir assento aos rebeldes líbios na ONU, o Brasil reconheceu a legitimidade do Conselho Nacional de Tran­­sição (CNT), órgão da oposição ao regime de Muamar Kadafi.

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Ontem, com 114 votos favoráveis, 17 contrários e 15 abstenções, a ONU reconheceu os rebeldes como representantes da Lí­­bia, o que permitirá que o presidente do conselho, Mustafa Mo­­hammed Abdul Jalil, participe de reunião da Assembleia Geral, na próxima semana.

O presidente do comitê e em­­baixador do Panamá, Ambas­­sador Pablo Antônio Thalassinos, reforçou que Abdul Jalil já havia enviado uma carta assumindo o lugar do novo governo da Líbia na câmara da organização.

A presidente Dilma Rousseff viaja hoje a Nova York para participar do evento – ela irá abrir o debate na Assembleia, tarefa tradicionalmente realizada pelo chefe de Estado brasileiro.

Em uma nota sucinta divulgada na tarde de ontem, o Itamaraty afirmou que a decisão do colegiado obteve "voto favorável do Brasil".

O Ministério das Relações Ex­­teriores resistia em reconhecer a legitimidade dos rebeldes.

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No mês passado, o chanceler Antonio Patriota afirmou que não era o momento para "adotar alguma manifestação a respeito deste ou daquele governo".

Apesar disso, o embaixador brasileiro no Cairo, Cesário Me­­lantonio Neto, foi enviado no fi­­nal de julho a Benghazi, então capital rebelde, para um contato com o governo oposicionista.

O diplomata ainda representou o Brasil na reunião do "grupo de amigos para a nova Líbia", em Paris, que tratou de medidas para a reconstrução do país e a transição entre o novo governo e o regime de Kadafi.

Do lado contrário, o embaixador da Venezuela na ONU, Jorge Valero, disse que seu país rejeita "a autoridade de transição ilegítima imposta pela intervenção estrangeira" e qualquer tentativa de transformar a Líbia em um "protetorado" da Otan ou do Con­­selho de Segurança.

Forças insurgentes avançam sobre redutos de Kadafi

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As forças rebeldes líbias aceleraram ontem o avanço contra a cidade de Bani Walid, um dos últimos redutos leais a Muamar Kadafi.

A ação veio pouco de­­pois de tropas do ditador atacarem alguns focos rebeldes nos arredores.

Em Sirte, terra natal de Ka­­dafi, intensos combates eram registrados com o avanço de centenas de combatentes insurgentes em três fronts, segundo relatos da emissora de TV Al Ja­­zeera, que afirmou que os rebeldes haviam tomado o controle do aeroporto local.

Dezenas de caminhões com metralhadoras e também quatro tanques foram vistos na estrada de acesso à cidade.

Líderes do Conselho Nacional de Transição (CNT, órgão político rebelde) disseram que a ofensiva é uma tentativa coordenada de tomar Sirte pelo sul, leste, oeste e ao longo da costa.

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De acordo com uma nota do Conselho Militar de Misrata, a resistência matou ao menos 11 insurgentes e feriu mais 34.

Um repórter da Al Jazeera afirmou que os últimos relatos davam conta de que havia combates na cidade de Harrawa, que fez parte de negociações com comunidades tribais para que se rendesse pacificamente, o que não aconteceu.

As forças contrárias ao regime líbio entraram na cidade de Sir­­te, terra natal de Kadafi, na quarta-feira.