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Um dia após o encerramento de uma operação policial que dispersou um protesto de três semanas em Ottawa, capital do Canadá, o primeiro-ministro Justin Trudeau disse que a situação de emergência “não acabou” e que a Lei de Emergências, invocada por ele há uma semana, continuará sendo aplicada para evitar novos bloqueios.
“Este estado de emergência não acabou. Continuam a existir preocupações reais sobre os próximos dias”, declarou Trudeau nesta segunda-feira (21). Entre sexta-feira e domingo, os policiais prenderam 191 pessoas e rebocaram 79 veículos em Ottawa.
Caminhoneiros e outros manifestantes protestavam contra medidas de enfrentamento à Covid-19, especialmente os passaportes vacinais implantados pelo governo canadense. Além dos protestos em Ottawa, os manifestantes bloquearam passagens na fronteira com os Estados Unidos nas últimas semanas.
“Neste momento... as pessoas estão indicando que estão se preparando para bloquear [ruas], para continuar suas ocupações ilegais para atrapalhar a vida dos canadenses. Sentimos que essa medida precisa permanecer em vigor", argumentou Trudeau.
A invocação da Lei de Emergências, que nunca havia sido usada desde sua publicação, em 1988, e dá ao Executivo canadense poderes extraordinários para lidar com situações de emergência, é questionada pela Associação Canadense de Liberdades Civis, que ingressou com uma ação judicial contra a medida.
“O que nós vimos foram medidas autoritárias, de estilo militar, tomadas contra manifestantes pacíficos por ordem de Justin Trudeau. E o que é pior, tudo isso foi apoiado pela classe jornalística de Ottawa e Toronto. É repugnante”, afirmou o parlamentar conservador Dean Allison.
O uso da Lei de Emergências ainda precisa ser ratificado pelo Parlamento canadense. A Câmara dos Comuns deve votar a questão na noite desta segunda-feira.
