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Conflito no leste europeu

Após pandemia, guerra compromete educação na Ucrânia, aponta Unicef

Prédio bombardeado em Donetsk, no leste da Ucrânia (Foto: EFE/EPA/Polícia Nacional da Ucrânia)

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A Unicef emitiu um comunicado nesta terça-feira (29) no qual revelou dados alarmantes sobre a situação educacional das crianças na Ucrânia.

O comunicado destaca que, após quatro anos de interrupções na educação devido à combinação dos impactos da pandemia de Covid-19 e da invasão russa ocorrida em 2022, uma significativa perda de aprendizado está sendo verificada entre as crianças do país.

Regina De Dominicis, diretora regional da Unicef para a Europa e Ásia Central, afirmou que "dentro da Ucrânia, os ataques às escolas têm continuado sem trégua, deixando as crianças profundamente angustiadas e sem espaços seguros para aprender”.

De Dominicis seguiu observando que “isso não apenas deixou as crianças da Ucrânia com problemas para progredir em sua educação, mas elas também estão tendo dificuldade em reter o que aprenderam quando suas escolas estavam funcionando plenamente".

A Unicef divulgou dados recentes de pesquisas que revelam que os efeitos da guerra e da pandemia na educação da Ucrânia são alarmantes: 57% dos professores notaram uma piora nas habilidades de língua ucraniana dos alunos; 45% relataram redução nas habilidades matemáticas; e 52% notaram uma queda nas habilidades em línguas estrangeiras.

Com base nos números mais recentes de matrículas, apenas um terço das crianças em idade escolar primária e secundária na Ucrânia estão tendo aulas presenciais completas. Outro terço está numa abordagem mista de ensino, combinando aulas presenciais e online, e o último terço está totalmente no aprendizado online.

A Unicef apontou que a aprendizagem online, embora útil como solução temporária, “não pode substituir completamente as aulas presenciais, essenciais para o desenvolvimento social e aprendizado fundamental”, especialmente entre as “crianças mais jovens”.

O levantamento da entidade também mostrou que dois terços das crianças em idade pré-escolar não estão frequentando a pré-escola e que três quartos dos pais não querem enviar seus filhos para as unidades escolares.

A Unicef apontou que o cenário é ainda mais preocupante para as crianças ucranianas refugiadas, que enfrentam um futuro acadêmico incerto. Mais da metade das crianças refugiadas, desde a pré-escola até o ensino médio, não estão matriculadas nos sistemas educacionais nacionais de sete países que abrigam refugiados.

Barreiras linguísticas, dificuldades de acesso às escolas e sistemas educacionais sobrecarregados têm contribuído para a baixa taxa de matrícula entre essas crianças.

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