O Uruguai aceitou um pedido dos Estados Unidos para receber alguns prisioneiros mantidos no centro de detenção da base militar dos EUA na baía de Guantánamo, alvo de muitas críticas, na Ilha de Cuba, disse nesta quinta-feira o presidente uruguaio, José Mujica.

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O governo do presidente Barack Obama, que pretende fechar o centro usado para os detidos após os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, tem feito contato com vários países para realocar os detentos.

O Uruguai aceitou o pedido de Washington para levar alguns prisioneiros e vai considerá-los como refugiados, disse Mujica a jornalistas enquanto participava de um evento de outra ordem, relacionado à agricultura.

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"É um pedido por razões de direitos humanos", afirmou Mujica.

O presidente uruguaio disse que Obama "perguntou a um grupo de países se poderiam receber alguns e eu lhe disse que sim".

O jornal semanal Búsqueda informou que o Uruguai tinha aceitado a proposta dos EUA de levar cinco prisioneiros da Baía de Guantánamo por dois anos. Mujica, de 78 anos de idade e ex-guerrilheiro, concordou depois de falar com o presidente cubano, Raúl Castro, e enviar delegados para visitar o centro de detenção, segundo a reportagem.

A prisão em Guantánamo tem sido alvo de críticas de grupos defensores dos direitos humanos. Alguns de seus prisioneiros estão na base há uma década ou mais, sem acusação formal ou julgamento. Inaugurado pelo presidente George W. Bush em 2002 para manter suspeitos de terrorismo capturados no exterior, Guantánamo se tornou um símbolo dos excessos da sua "guerra contra o terror".

"Eles estão vindo como refugiados e haverá um lugar para eles no Uruguai se quiserem trazer suas famílias", disse Mujica, que passou 14 anos na prisão antes e durante a ditadura de 1973-1985 no Uruguai.

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Autoridades norte-americanas confirmaram que houve conversas com o Uruguai sobre Guantánamo, mas disseram que não dariam mais detalhes.

"O governo dos EUA mantém conversações de alto nível com o governo uruguaio sobre vários assuntos globais", afirmou a Embaixada dos EUA em Montevidéu, em um comunicado.

"Um deles foi o fechamento de Guantánamo, uma das prioridades do governo Obama, por suas implicações humanitárias."