A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) encerrou nesta sexta-feira (15) a missão que investigava o desaparecimento de estudantes em Ayotzinapa, após a recusa do governo mexicano de estender seu mandato.
“Dada a natureza do acordo de assistência técnica, em que é necessário o consentimento do Estado, a Comissão considera que não existem condições para continuar o mandato do grupo” de especialistas, que termina em 30 de abril, declarou o presidente do organismo regional, James Cavallaro.
Cavallaro ressaltou que a Comissão, um órgão autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA), “lamenta profundamente” a decisão do governo mexicano de não prorrogar o mandato do Grupo Interdisciplinar de Peritos Independentes (GIPI) da CIDH, que começou a sua investigação em março de 2015.
O monitoramento do organismo regional de direitos humanos vai continuar através de um “mecanismo de vigilância especial”, ainda a ser definido, mas que poderia contar com o aconselhamento dos membros da GIPI.
A CIDH fez repetidos apelos ao México para rever a sua recusa em continuar o mandato do GIPI, especialmente durante as audiências do organismo na semana passada.
A Comissão se reuniu esta semana, em reuniões separadas em Washington, com representantes do governo mexicano e parentes dos alunos desaparecidos.
De acordo com a versão oficial da procuradoria mexicana, os jovens foram atacados por policiais corruptos de Iguala (sul), que os teriam entregado a criminosos do cartel narcotraficante Guerreiros Unidos, que assassinaram e queimaram seus corpos.
Mas o GIPI, criado em novembro de 2014 pela Comissão com o acordo do México e dos pais das vítimas, rejeitou essa teoria.
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