Homens armados partiram para a vingança na sexta-feira, queimando casas e mesquitas em uma área sunita de Bagdá, apesar dos pedidos de calma das autoridades, um dia depois do pior atentado no país desde a invasão norte-americana, em 2003.
Cerca de 30 pessoas morreram, segundo a polícia, no ataque das milícias xiitas, que passaram horas agindo sem se incomodar com o toque de recolher imposto na capital depois da série de carros-bomba que matou 202 pessoas na quinta-feira no bairro xiita de Sadr City.
Quatro mesquitas e várias casas foram queimadas num pequeno encrave sunita do bairro xiita de Hurriya, na zona noroeste da cidade, disse o vice-premiê Salem Al Zobaie, sunita, à Reuters.
O professor universitário Imad Al Din Al Hashemi disse que 14 pessoas morreram na mesquita em que ele fazia as orações da sexta-feira. ``Ela foi atacada com granadas de propulsão'', afirmou. ``Quando os homens armados avançaram para atacar outra mesquita, nós retiramos os feridos.''
A Casa Branca qualificou a violência de ``esforço descarado para derrubar um governo democraticamente eleito''. Os EUA disseram não ter enviado soldados a Hurriya, mas que havia policiais iraquianos por ali. Muitas unidades policiais são ligadas a milícias xiitas.
Foi o segundo ataque das milícias durante o período diurno em dois dias consecutivos. Há temores de que o país esteja descambando para uma guerra civil plena.
A maioria da população de Bagdá ficou em casa na sexta-feira, que não é dia útil. Pelo telefone, rumores variados e perturbadores se espalharam. O toque de recolher para veículos foi prorrogado até sábado.
Em Tal Afar (norte), 22 pessoas morreram em dois atentados suicidas num mercado xiita.
O representante da ONU no país, Ashraf Qazi, alertou que ''um ciclo de violência incontrolável ameaça o próprio tecido social do Iraque e qualquer perspectiva de paz, tolerância e unidade futuras''.
O clérigo Moqtada Al Sadr, que domina política e militarmente o bairro pobre que leva o nome de sua família, pediu no sermão de sexta-feira que os muçulmanos se unam, mas também exigiu que líderes religiosos sunitas emitam uma fatwa (decreto) contra os membros da Al Qaeda.
Ele também aproveitou a carnificina em Sadr City para pedir novamente o fim da ocupação norte-americana. Assessores disseram que seu grupo vai abandonar o gabinete ministerial e o Parlamento se o primeiro-ministro Nuri Al Maliki mantiver sua intenção de se reunir com o norte-americano George W. Bush na semana que vem na Jordânia.
Maliki está sob pressão dos EUA para desmantelar as milícias, que controlam parte da polícia e do Exército, mas o premiê depende de Sadr e de outros xiitas para se manter no governo.
Bush diz que a paciência de Washington tem limites e que não vai deixar os norte-americanos no fogo cruzado de uma guerra civil. Ele quer que Maliki dialogue com rebeldes sunitas, algo que muitos xiitas relutam em fazer depois de passarem séculos sendo oprimidos pela minoria.
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