O Pentágono informou nesta terça-feira (20) que não deseja o rompimento da cooperação em segurança cibernética com a China por causa da acusação de que cinco hackers militares chineses espionavam empresas dos Estados Unidos e lembrou que não quer "militarizar o ciberespaço".
"Não temos intenção que o ciberespaço se militarize, e especialmente com países como China, que são ativos neste âmbito, queremos manter um diálogo aberto e transparente", explicou nesta terça o porta-voz do Pentágono, o contra-almirante John Kirby.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nesta segunda-feira (19) formalmente cinco militares de uma unidade de inteligência cibernética do Exército Popular de Libertação chinês de ter roubado segredos de seis empresas norte-americanas.
O Pentágono lamentou que, como represália, a China decidiu suspender a cooperação em matéria de segurança cibernética do Grupo de Trabalho Cibernético Chinês-Americano.
"É um assunto no qual nem sempre estamos de acordo, mas no qual temos que manter o diálogo", opinou Kirby.
O porta-voz reconheceu que estava ciente dos preparativos do Departamento de Justiça para acusar esses cinco militares chineses e colaborou com os funcionários encarregados de indagar sobre a extensão desta espionagem, que afetou empresas americanas do aço e das energias alternativas e nuclear.
"Estava claro que não reagiria bem", declarou Kirby, que disse esperar que as relações entre as Forças Armadas de ambos países sigam pelo caminho do diálogo e do entendimento.
"Não vejo desacordos em todos os aspectos... a segurança cibernética é um aspecto complicado e temos diferenças com a China, mas temos que seguir trabalhando [para melhorá-la]", acrescentou Kirby.
O porta-voz disse que o Pentágono está preocupado pela possibilidade que esta espionagem industrial tenha afetado empresas terceirizadas de Defesa americanas, algo que alguns analistas dão por feito, mas assegurou que não estão ciente do roubo de segredos desse tipo.
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