A ditadura da Nicarágua voltou atrás numa proibição de quatro anos e decidiu incentivar a população do país centro-americano a exibir bandeiras do país nas residências para as comemorações do Dia da Independência, celebrado em 15 de setembro.
O anúncio foi feito nesta semana pela ministra da Educação, Lílliam Herrera Moreno, durante a cerimônia de abertura das comemorações. Na ocasião, ela pediu à população nicaraguense para hastear a bandeira em “todas as casas” e em “todos os nossos ambientes educativos, bem como praças e parques”.
“Do lado de fora de cada casa, devemos hastear a bandeira azul e branca da Nicarágua”, disse Moreno.
Desde 2019, a ditadura sandinista proibia a população de exibir a bandeira da Nicarágua em casas ou veículos, sob pena de prisão, a não ser que fosse hasteada ao lado da bandeira da Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN), partido do ditador Daniel Ortega.
O regime havia declarado guerra à bandeira da Nicarágua porque ela se tornou símbolo dos protestos por democracia de 2018, violentamente reprimidos pela ditadura.
Entretanto, comerciantes na capital Manágua, categoria que foi perseguida pelo governo por vender bandeiras, estão desconfiados com o pedido da ministra.
“As pessoas já não compram bandeiras porque têm medo”, afirmou um vendedor ao jornal Confidencial. “Agora só vendemos as bandeiras que as escolas pedem. Ninguém compra bandeiras para pendurar em casa. É muito perigoso.”
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura