O presidente do Equador, Rafael Correa, prometeu ontem uma grande reforma no Judiciário, depois que um referendo fortaleceu os seus poderes e aumentou temores sobre a possibilidade de autoritarismo no país.
Os votos apurados ontem davam vitória ao presidente em nove das dez propostas de reforma que ele apresentou aos equatorianos no referendo. A votação ajuda a medir também as possibilidades de reeleição de Correa em 2013.
O presidente declarou vitória no referendo ainda no sábado à noite, e os opositores já aceitaram a derrota.
"Temos que fazer grandes mudanças nos próximos 18 meses. Vamos enfrentar a oposição das máfias no Judiciário", afirmou o presidente, que disse ter a intenção de erradicar a corrupção e a ineficiência dos tribunais.
"Tivemos uma nova vitória eleitoral contundente, sem atenuantes, que talvez tenha sido a mais difícil das seis obtidas desde 2007", acrescentou o presidente socialista, que mencionou inicialmente uma vantagem de "20 pontos porcentuais".
No entanto, nove das dez reformas propostas por Correa receberam no sábado um apoio que oscila entre 44,4% e 49,9%, apurados 32% dos votos, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Enquanto isso, os votos de "Não" flutuavam de 40% a 44%, de acordo com os resultados preliminares, incluindo votos brancos e nulos.
Durante a campanha, o governismo previu uma vitória de até quatro a um, evocando a vitória de abril de 2009, quando Correa foi reeleito no primeiro turno com 52% dos votos, contra os 28% do ex-presidente Lucio Gutiérrez (2003-2005).
Mas desta vez os resultados foram apertados, como na proposta para criar um "conselho de regulação" dos conteúdos dos meios de comunicação.