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O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta segunda-feira (4) que tem “um plano” para “recuperar os direitos históricos” do seu país sobre a região do Essequibo, mas não deu detalhes sobre o assunto.
Neste domingo (3), a população venezuelana aprovou em referendo que o regime chavista tome medidas para anexar mais de 160 mil quilômetros quadrados de território da vizinha Guiana a oeste do rio Essequibo, que correspondem a cerca de 70% do território guianense e sobre os quais Caracas reivindica soberania desde o século 19.
As cinco perguntas da consulta tiveram mais de 90% de aprovação. Entre os pontos referendados, estão rejeitar uma sentença arbitral de Paris de 1899 que conferiu a soberania sobre a região ao Império Britânico, de quem a Guiana ainda era colônia; reconhecer apenas o Acordo de Genebra de 1966, que determinou o controle da área pelos guianenses, mas admitiu a contestação da Venezuela, como jurisprudência aceitável sobre o tema, rejeitando a arbitragem da Corte Internacional de Justiça (CIJ); e transformar a área no estado venezuelano da Guiana Essequiba.
Segundo informações da agência EFE, em um evento com autoridades eleitorais, parlamentares e do Executivo em Caracas nesta segunda-feira, Maduro disse que a “vontade popular marcou o início de uma nova etapa na luta pela nossa Guiana Essequiba, para a qual temos um plano, um conceito, uma visão”.
“Acato a vontade do povo, a vontade popular é sagrada, a voz do povo é a voz de Deus, e foi manifestada ontem, 3 de dezembro, e é nesse sentido que, como chefe de Estado, tomarei todas as minhas ações de agora em diante”, disse Maduro.
“A decisão que vocês tomaram dá um impulso vital e muito poderoso em direção ao futuro”, disse o ditador.