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Boric ao lado da nova ministra do Interior, Carolina Tohá: reforma ministerial foi acelerada após rejeição à proposta de nova Constituição para o país
Boric ao lado da nova ministra do Interior, Carolina Tohá: reforma ministerial foi acelerada após rejeição à proposta de nova Constituição para o país| Foto: EFE/Alberto Valdes

O presidente do Chile, Gabriel Boric, nomeou nesta terça-feira (6) como número dois do Ministério do Interior o professor universitário de história e ciências sociais Nicolás Cataldo Astorga, ex-líder estudantil ligado ao Partido Comunista que já protagonizou várias controvérsias. Porém, devido à repercussão negativa, o presidente voltou atrás na indicação uma hora depois.

Logo após a confirmação da nomeação, membros da oposição e o jornal local La Tercera resgataram das redes sociais, principalmente do Twitter, mensagens de Cataldo em 2011 nas quais criticava duramente os militares e os acusava de se infiltrar nos protestos, torturar e exceder suas atribuições. “Carabineiros [polícia militar chilena] torturadores, como nos piores tempos da ditadura”, escreveu em uma das mensagens.

Uma das mais críticas à nomeação foi a ex-ministra da Educação Marcela Cubillos, que assegurou que “se isso for verdade, o governo decidiu rir na cara das vítimas da violência e da macrozona sul”, em alusão ao conflito com os mapuches na região de Araucanía.

“Espero que essa nomeação não ocorra. Se essa pessoa chegar ao gabinete de subsecretário, obviamente todo o diálogo com o governo será congelado e essa pessoa será declarada persona non grata no Congresso, não poderá entrar em comissões, no plenário”, disse o líder da bancada do partido conservador União Democrática Independente na Câmara, Jorge Alessandri, ao Canal 13.

A nomeação de Cataldo Astorga fazia parte de uma reestruturação do gabinete, que estava planejada há semanas, mas que foi acelerada após a vitória esmagadora da rejeição no referendo obrigatório sobre o novo texto da Constituição proposto pela criticada comissão constituinte.

A profunda reforma ministerial envolveu alguns dos membros mais influentes do governo, incluindo os titulares das pastas de Interior, Izkia Siches, e Presidência, Giorgio Jackson, além do comitê político, núcleo no qual são tomadas decisões importantes no Palácio de la Moneda.

Como nova ministra do Interior, Boric nomeou Carolina Tohá, do Partido pela Democracia (PPD), de centro. Ela é filha de José Tohá, primeiro ministro do Interior no governo do presidente deposto Salvador Allende e um dos homens que foram reprimidos e presos pela ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). Como ministra da Presidência, Boric escolheu Ana Lya Uriarte, do Partido Socialista.

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