Israel advertiu nesta segunda-feira (10) o Conselho de Segurança das Nações Unidas que não pretende “entrar em negociações intermináveis e sem sentido” para alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza, momentos depois de o órgão ter aprovado uma resolução apresentada pelos Estados Unidos para apoiar um plano de trégua no enclave.
A coordenadora política da missão diplomática israelense, Reut Shapir, que tomou a palavra após a participação dos 15 membros do Conselho, não deixou claro se seu país apoia a resolução, como a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, havia afirmado anteriormente, mas deu a entender o contrário.
"Israel mantém seus princípios, e eles não mudaram. Continuaremos [lutando] até que todos os reféns sejam devolvidos e que desmantelemos todas as capacidades de combate e de governo do Hamas", afirmou Shapir, sem mencionar especificamente a resolução, que exige, em uma primeira fase, um cessar-fogo de seis meses e a libertação de determinados reféns [mulheres, idosos e feridos].
“Isso significa que Israel não se envolverá em negociações intermináveis e sem sentido, que podem ser exploradas pelo Hamas como um meio de ganhar tempo”, insistiu.
A proposta de trégua apresentada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, em 31 de maio e aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU nesta segunda consiste em um plano de três fases que pode ser estendido “se as negociações continuarem”, e nesse caso “o cessar-fogo continuará”, o que parece contradizer a declaração da diplomata israelense.
Está cada vez mais claro que o governo americano está pressionando o israelense para que aceite a proposta de trégua, inclusive falando em seu próprio nome. A embaixadora americana afirmou nesta segunda que “Israel já concordou com o acordo, e os combates podem parar hoje se o Hamas fizer o mesmo”.
Como aconteceu na semana passada, as declarações de líderes americanos foram recebidas com reticências pelo governo israelense, que segue inabalável com seu plano de eliminar o Hamas de Gaza. (Com Agência EFE)