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Ainda era madrugada quando o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, apareceu na porta do avião que o trouxe de Cuba até a Venezuela, onde pisou pela primeira vez em um mês. Enquanto seguidores lotavam a Praça Bolívar para ouvir o discurso que faria no final da tarde, o vice-presidente, Elías Jaua, anunciava "para hoje ou amanhã" o saldo das primeiras horas com Chávez: uma reunião do Conselho de Ministros para "reorganizar o gabinete".

Jaua não deu detalhes sobre a reforma ministerial, mas analistas não descartam a possibilidade de o presidente nomear um novo vice. A julgar por afirmações de aliados, Chávez pode alçar seu irmão, Adán, governador do Estado de Barinas, a uma posição próxima da presidência. Mais magro, mas aparentando boa disposição, Chávez foi recebido por Jaua e pelo chanceler Nicolás Maduro. "Volto ao epicentro de (Simón) Bolívar. E isso é pura chama, pura vida. É só o início do retorno", disse no aeroporto.

No fim da tarde, Chávez compareceu com uniforme militar ao Palácio de Miraflores. Diante de milhares de seguidores, agradeceu o apoio do povo, a Deus e a Fidel Castro. Revelou que a segunda cirurgia, feita no dia 20, durou seis horas e permaneceu na UTI até o dia 24. "Que ninguém pense que minha presença aqui, neste 4 de julho, significa que vencemos a batalha. Começamos a vencer o mal que se instalou em meu corpo, mas temos de seguir um estrito controle médico. Juro que ganharemos esta batalha. Viveremos e venceremos", disse.

Chávez saudou os militares venezuelanos e levantou um crucifixo que disse ter erguido no mesmo local em 14 de abril de 2002, após debelada a tentativa de golpe contra ele. A palavra "retorno" foi repetida diversas vezes durante o discurso. A imagem do líder que sempre volta deve ser a tônica da estratégia até as eleições de novembro de 2012. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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