O mediador internacional para a Síria, Lakhdar Brahimi, disse neste sábado (15) em Damasco que é preciso com urgência abordar o conflito no país de forma apropriada, após se reunir com o presidente Bashar al Assad, que insistiu na continuação dos esforços para um diálogo nacional.
Durante o encontro, "falamos desta crise séria e perigosa que piora a cada dia. É muito importante e urgente tratá-la de uma maneira adequada", afirmou Brahimi.
O mediador informou que disse a Assad que fará todos os esforços possíveis e apresentará ideias para ajudar o povo sírio. O enviado especial da ONU e da Liga Árabe reiterou que "a crise constitui uma ameaça tanto para o povo sírio, como para o conjunto da região e o mundo".
Nesse sentido, ressaltou que Assad é mais consciente do que ele próprio das dimensões do conflito e seus perigos. Por sua parte, o líder sírio insistiu durante o encontro para que os esforços políticos continuem para levar a um diálogo nacional, segundo a agência de notícias oficial "Sana".
Assad considerou que o trabalho político prossegue, "especialmente no que se refere à chamada para um diálogo sírio, centrado nos desejos de todos", embora tenha condicionado seu sucesso à pressão sobre "os países que financiam e treinam terroristas e traficam armas para a Síria".
O chefe de Estado insistiu, além disso, em "um compromisso total do país em colaborar com qualquer esforço verdadeiro para resolver o conflito, sempre e quando este seja independente", acrescentou a agência "Sana".
Em suas declarações após a reunião, Brahimi antecipou que voltará à Síria no futuro para "trabalhar para finalizar a crise e deter a violência".
O enviado especial frisou que ainda não tem um plano, mas que tem intenção de elaborar um após escutar todas as partes sírias e a comunidade internacional.
Brahimi, que assumiu o cargo em 1º de setembro, em substituição a Kofi Annan, chegou na quinta-feira passada à Síria para uma visita de três dias ao país, a primeira desde sua nomeação. O enviado já se encontrou com o ministro das Relações Exteriores sírio, Walid Muallem, e com dirigentes da oposição interna.