O ministro das Relações Exteriores de Honduras, Eduardo Enrique Reina, disse nesta sexta-feira (12) que seu país negociará um tratado de livre comércio com a China depois de estabelecer relações diplomáticas com o país no final de março e romper com Taiwan.
“Em breve, iniciaremos um processo de negociação de um acordo de livre comércio com a China, o que será uma boa notícia e uma oportunidade para o acesso de nossos produtos àquele mercado em melhores condições”, disse Reina em entrevista coletiva.
O estabelecimento de relações com a China abre “uma gama de possibilidades” nas áreas de comércio, infraestrutura, finanças, energia, tecnologia, ciência, educação e cultura, entre outras, justificou o ministro.
Camarão, banana, melão, charutos e carne bovina serão produtos que Honduras exportará para a China nos próximos dias, disse Reina, que anunciou que o café será o primeiro produto que o país enviará para o parceiro comercial asiático.
“A China já autorizou a entrada de café, é apenas uma questão de fazer contatos comerciais”, enfatizou o ministro das Relações Exteriores hondurenho, destacando que uma missão de produtores e exportadores de café e de outros produtos viajará para a China nos próximos dias a fim de estabelecer contatos comerciais.
Honduras e China anunciaram o estabelecimento de relações diplomáticas em 26 de março, horas depois de o país centro-americano ter rompido oficialmente relações diplomáticas com Taiwan.
O ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, afirmou à época que Honduras cedeu à pressão econômica chinesa.
“O governo de [Xiomara] Castro também nos pediu bilhões de dólares em enorme assistência econômica e comparou os valores dos programas de assistência fornecidos por Taiwan e China”, alegou Wu.
Por anos, Honduras e Taiwan tiveram uma relação de cooperação militar, educacional e econômica, e o segundo financiou projetos de ajuda técnica e agrícola, também recebendo centenas de bolsistas hondurenhos em suas universidades.
O rompimento das relações de Honduras com Taiwan reduziu para 13 o número de países com os quais Taipei mantém relações diplomáticas oficiais, e torna a nação centro-americana a nona - e a quinta latino-americana - desde 2016 a cortar laços com a ilha para estabelecê-los laços com a China.
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