Após rumores de que teria chegado a ameaçar deixar a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reafirmou seu compromisso com a aliança. Entretanto, em coletiva de imprensa, ele afirmou que foi necessário garantir que as demais nações do grupo elevem rapidamente seus gastos com defesa, a fim de evitar um custo injusto para os americanos.
Algumas fontes presentes em uma reunião de emergência convocada pelo secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, relataram que Trump teria ameaçado "fazer as coisas de seu jeito", caso não houvesse acordo para a elevação dos gastos, o que foi entendido por alguns como uma possível ameaça de retirada dos EUA da Otan. Outras fontes disseram que Trump não foi tão longe, mas que teria sido ríspido.
Segundo relato do próprio presidente, ele teria comentado com os demais líderes que ficaria "muito insatisfeito" caso seus gastos com defesa não fossem elevados.
Pelo acordo em vigor, os países prometeram elevar os gastos com defesa a 2% do PIB até 2024. Segundo Trump, com as conversas dos últimos dois dias houve um entendimento para que isso ocorra em prazo menor, em "poucos anos", mas não deu detalhes.
No primeiro dia da cúpula, o presidente norte-americano havia proposto que todos os países da aliança elevassem seus gastos com defesa para 4% do PIB. Aumentos como esse, no entanto, são considerados inviáveis pelos governos europeus, em primeiro lugar por limitações econômicas, mas também pela resistência dos eleitores. A Alemanha atualmente gasta 1,2% do PIB em segurança, enquanto os EUA, 3,6%.
Também no início do encontro, Trump tinha dito que a Alemanha é ‘prisioneira’ da Rússia por depender de energia vinda do país de Vladimir Putin. Posteriormente ele defendeu sua abordagem, afirmando que este é “um jeito muito efetivo para negociar”, referindo-se ao modo como vem tratando os países aliados.
Otan continua forte
Na coletiva, Trump disse que o compromisso americano com a aliança é "muito forte" e que os aliados estão comprometidos em elevar os gastos com defesa “em níveis que eles nunca tinham pensado antes”. Questionado sobre se poderia decidir deixar a Otan, ele disse que poderia, "se quisesse”, mas que isso “não é necessário".
"Estamos muito unidos e mais fortes, não há problema", garantiu, afirmando que alguns momentos dos encontros foram "tensos", mas o resultado final foi positivo.